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Foto Isabel Silva

Rúben Amorim: "É um confronto directo e queremos ganhar"

Por Sporting CP
30 Ago, 2024

Clássico entre Leões e dragões em Alvalade (sábado, 20h30)

Sábado é dia de clássico no Estádio José Alvalade. Na véspera do embate entre a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal e o FC Porto, a contar para a quarta jornada da Liga Portugal, Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa, esta sexta-feira, para fazer a antevisão da partida.

“O FC Porto mudou muito desde a Supertaça”, atentou, especificando as novas nuances no jogo dos dragões: “Com Pepê e [Wenderson] Galeno no mesmo corredor, a equipa joga de uma forma completamente diferente. Só o facto de o Galeno estar a defesa-esquerdo cria-nos muitas dificuldades no jogo na abordagem defensiva. A nível ofensivo, vamos jogar da nossa maneira e é muito clara. Foi difícil preparar a parte defensiva, por isso vamos muito pelos nossos princípios”, detalhou, apontando os aspectos a melhorar, comparativamente ao embate de má memória na Supertaça (3-4 a.p.).

“Temos de defender melhor nos momentos-chave, ser melhores nos lançamentos e nas bolas paradas, mas também temos espaço para melhorar com a bola”, disse aos jornalistas presentes no auditório da Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete.

Frente-a-frente estarão duas equipas com um arranque perfeito na Liga, só com vitórias (três) e, por isso, com pleno de pontos (nove). Além disso, enfrentam-se o ataque mais concretizador, o do Sporting CP (14 golos), e uma formação, a do FC Porto, que ainda não sofreu golos no campeonato.

“Temos de pensar que é um campeonato longo, mas este é um confronto directo, queremos ganhar e manter a nossa posição. Temos de esquecer o que passou, da mesma forma que fomos Campeões Nacionais no ano passado. Já passou”, frisou Amorim, que, no entanto, destacou também a vontade Leonina de “mudar o rumo dos acontecimentos” depois das derrotas frente aos dragões na final da Taça de Portugal e da Supertaça.

“Sempre foi um jogo de 50/50, mas agora olham de maneira diferente para o Sporting CP. Acho que equilibramos essas contas. Amanhã, queremos ganhar e jogamos em nossa casa, que é um factor extra que ajuda. É um adversário que nos ganhou dois títulos há pouco tempo, não digo vingança, mas queremos mudar o rumo desses acontecimentos”, apontou.

Desafiado, de seguida, a tentar prever o onze inicial do FC Porto de Vítor Bruno, o treinador dos Campeões Nacionais preferiu “não arriscar”, acrescentando que “há mais incerteza” nas escolhas do lado azul e branco.

Já quanto às suas opções, Rúben Amorim não abriu o jogo, mas garantiu que o capitão Morten Hjulmand e Nuno Santos estão ambos convocados. Por sua vez, o defesa Jeremiah St. Juste vai continuar a ser ausência nos próximos tempos: “Ainda está a fazer o seu tratamento e não temos data para o seu regresso”.

O plantel verde e branco acolheu durante a última semana um novo reforço, o defesa/extremo esquerdo Maxi Araújo, sobre o qual Amorim se revelou “muito satisfeito” pelas primeiras impressões nos treinos.

“Enquadra-se muito no nosso projecto. É um jogador jovem [24 anos], internacional pelo seu país [Uruguai] e joga numa posição onde só tínhamos o Nuno Santos. Adaptámos um bocadinho o Geny e o [Matheus] Reis também pode lá jogar, mas tem características completamente diferentes. Precisávamos de mais um jogador e a lesão do Nuno mostrou-nos isso”, contextualizou, realçando ainda a polivalência do uruguaio: “Ajuda em posições atrás e mais à frente”.

Ainda sobre o mercado, Rúben Amorim começou por destacar o esforço da estrutura verde e branca para manter as principais figuras da equipa. “O Viktor [Gyökeres] ficar é mais importante até, se calhar, do que estarmos a gastar o dinheiro dele em dois avançados. Manter jogadores como o Morten [Hjulmand], [Gonçalo] Inácio, Ousmane [Diomande], Viktor ou ‘Pote’ é muito importante e esse esforço foi feito”, enalteceu, apontando depois as atenções para os esforços feitos em busca de um avançado.

“O importante é que eu estou muito satisfeito e orgulhoso pelo que o Clube está a fazer, porque estamos a fazer o máximo para ter os jogadores que queremos. Venha avançado ou não, estou satisfeito porque o Clube fez tudo. O mercado ainda não fechou e a esperança é a última a morrer”, sublinhou o treinador dos Leões, acrescentando: “Vamos arranjar soluções, sempre as arranjámos”.

De seguida, instado a comentar as recentes palavras de Cristiano Ronaldo, que desejou uma “época brutal” do Sporting CP, Rúben Amorim aproveitou para traçar a ambição que move a sua equipa em 2024/2025.

“Esta equipa, com tantos jogadores jovens, vai ter um campeonato muito longo onde tem de ganhar quase todos os jogos para ser Campeã, vai ter dois dérbis e dois clássicos, sem contar com as taças e mais oito jogos de Liga dos Campeões de um nível muito alto. São tantos jogos de um calibre tão alto que, aconteça o que acontecer, esta equipa vai ser muito mais forte e os jogadores vão estar mais preparados no fim do ano”, atirou, confiante, realçando: “Não há como esconder, queremos muito ser Bicampeões”.

Numa conferência de imprensa marcada por vários temas da actualidade, Amorim abordou também a recente convocatória da selecção nacional, onde surgem quatro futebolistas do Sporting CP: Gonçalo Inácio voltou a ser chamado como tem sido habitual, Pedro Gonçalves e Francisco Trincão estão de volta às escolhas e Geovany Quenda, com apenas 17 anos, estreia-se na lista.

“Fiquei muito feliz. Estão num momento muito bom e acho vão ajudar muito a selecção. Vai-se entrar num novo ciclo. Acho que ninguém esperava o Quenda nesta altura, mas toda a gente consegue perceber que se mantivesse a humildade e o trabalho seria uma questão de tempo. Foi já, acho que foi merecido, como outros também mereciam”, considerou, olhando por fim para o sorteio da UEFA Champions League, que colocou Manchester City FC (casa), RB Leipzig (fora), Club Brugge KV (fora), Arsenal FC (casa), Lille OSC (casa), PSV Eindhoven (fora), Bologna FC 1909 (casa) e SK Sturm Graz (fora) no caminho Leonino.

Amorim espera um desafio “aliciante e difícil”, mas traçou que o objectivo europeu dos Campeões Nacionais “passa sempre por passar à fase seguinte”. “Seria sempre difícil. O formato é diferente e é bom haver mais jogos até para o crescimento dos nossos jogadores. Calhámos, se calhar, com as equipas mais fortes em casa e, depois, vamos fora contra as equipas em que as pessoas sentem que há mais igualdade de forças”, analisou o técnico, concluindo: “Vai ser uma temporada dura e todos os jogadores têm de estar preparados”.