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Foto José Lorvão

Rúben Amorim: "Cumprimos num jogo muito difícil"

Por Sporting CP
06 Out, 2024

Treinador abordou dificuldades para superar estratégia defensiva adversária

Após o apito final na vitória do Sporting CP sobre o Casa Pia AC (2-0), Rúben Amorim, treinador dos Leões, analisou o jogo em conferência de imprensa e começou por comentar o facto de a sua equipa ter alcançado a marca de 50 jogos consecutivos a marcar na Liga.

“Fomos evoluindo ao longo das épocas em número de golos. Ganhámos o primeiro campeonato a defender melhor, sofrendo poucos golos e sem marcar muitos. Depois, fomos evoluindo, o que tem que ver com o processo e a qualidade e características dos jogadores”, começou por dizer no Auditório Artur Agostinho, passando a fazer o rescaldo do encontro e das dificuldades causadas pela estratégia do Casa Pia AC.

“Temos de estar preparados para tudo e [a estratégia adversária] dificultou-nos muito. A cada cruzamento não tínhamos vantagem, mesmo com dois homens de área. Deixámos o Dani[el Bragança] mais solto e ajudou, o Trincão foi o jogador mais fresco da equipa, o Geny tentou empurrar, mas com tanta gente [pela frente a defender] é difícil. Por outro lado, ajudou-nos, no sentido em que os nossos centrais [Quaresma e Inácio], com dificuldades físicas, não tiveram grande trabalho”, reflectiu, acrescentando: “Ninguém fica satisfeito de ver jogos assim, especialmente os adeptos, mas são estratégias e também entendo a diferença”.

Apesar das dificuldades, o treinador dos Campeões Nacionais realçou que a sua equipa está “preparada para blocos baixos”: “Linhas de seis são difíceis, mas foi na inspiração do Trincão, que desbloqueou o jogo”.

Além disso, Amorim reconheceu que embora os Leões avancem para a próxima pausa na liderança isolada do campeonato, não vai “descansado”, porque tem “muitos jogadores com problemas físicos”. “Ainda vamos ter uma sequência mais difícil do que esta e precisamos de todos os jogadores”, ressalvou, explicando as valências de alguns dos ausentes, especialmente neste tipo de jogos mais fechados.

“O Viktor [Gyökeres] não teve muitas oportunidades, mas quando tivermos o grupo todo frente a blocos baixos, o [Matheus] Reis pode envolver muito nas costas, o Marcus Edwards é o melhor jogador para isto, o ‘Pote’ é mais um, ainda temos o Morita e o Dani, podemos meter um segundo avançado, lançar alas novos… Vai ser muito no desgaste dos adversários, com características novas e ser bons nas transições defensivas”, explicou sobre a receita para superar estratégias defensivas como a do Casa Pia AC.

Ainda assim, Rúben Amorim não considerou que o resultado tenha sido melhor do que a exibição. O desgaste dos seus jogadores “sente-se”, não o escondeu, mas realçou a superioridade exibida ao longo da partida.

“Cumprimos num jogo muito difícil. Não vou dizer que o resultado foi melhor do que a exibição, porque tivemos mais oportunidades para fazer golo. Não foi tão bonito porque também não deu, uma linha [defensiva] de seis com quatro dificulta muito e também senti alguma falta de energia”, referiu.

“O futebol tem tido uma grande evolução, era tudo muito estático e hoje é mais difícil encontrar as referências. Nós também temos algumas, por exemplo, se o Dani está mais subido, se construímos com quatro ou a três… Nestes jogos, não há milagres. Contra uma linha de seis, ou é através de cruzamentos, que não é o nosso forte, ou pela inspiração dos jogadores, e quem tem os melhores tem uma grande vantagem”, apontou, acrescentando: “As características dos jogadores nestes jogos fazem as diferenças”.

Questionado, a seguir, pela titularidade Conrad Harder e sua substituição ao intervalo, o técnico verde e branco justificou que foi fruto da necessidade de contar com “jogadores frescos”, além de permitir “deixar o Dani solto e ter dois avançados fortes para fazer as roturas”. “O Harder tem muita fome, quer marcar, mas não foi essa a razão [da substituição], foi só uma questão de características”, atentou, realçando que Hidemasa Morita, entrado para o seu lugar, “sente-se muito bem entrelinhas”.

Já sobre o bom momento de Franco Israel, Amorim enalteceu a “maturidade” do guardião uruguaio. “O dono é o que estiver a jogar. Nota-se muita maturidade no Franco, está preparado, tal como o Vladan [Kovačević] e o Callai também cresceu muito. Pelo rendimento que tem, o Franco está a jogar e fez por merecer”, completou.

Por sua vez, também Daniel Bragança, que marca há três jogos consecutivos, mereceu elogios do treinador, porque para lá “dos números” já é um jogador “com uma dimensão diferente”. “Tem mais capacidade física e de chegar à baliza adversária e está mais forte no contacto físico. Está um jogador diferente e agora é muito difícil tirar o Dani”, enalteceu, embora lembrando que ainda “tem muito para crescer”.

Por fim, confrontado com o arranque cem por cento vitorioso do Sporting CP, que com oito vitórias nos oito primeiros jogos da Liga rubricou o melhor arranque do século em Portugal, Rúben Amorim admitiu-se “preocupado”, agora, com o próximo jogo.

“O calendário vai dificultar mais, mas estou muito satisfeito com o rendimento dos meus jogadores”, sublinhou, destacando as valências da sua equipa em 2024/2025. “Nós temos uma forma de jogar agradável para as pessoas. Começamos bem, jogamos bem e temos de dar um passo a seguir nos jogos de maior dificuldade. Estamos a fazer um excelente trabalho e conseguimos manter sempre a nossa consistência”, detalhou, embora tenha voltado a reforçar a importância de “ter o grupo em forma para ganhar todos os jogos em todas as competições”.