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Foto João Pedro Morais

Bolsas premeiam o mérito fora das quatro linhas

Por Sporting CP
29 Out, 2024

Jovens jogadoras receberam distinções pelo excelente aproveitamento escolar

Ser as melhores dentro e fora do campo. É este um dos lemas do futebol de formação do Sporting Clube de Portugal, que, na última segunda-feira, levou a cabo em pleno Estádio José Alvalade um evento no qual, em conjunto com o main sponsor Ae Economics, foram entregues bolsas de estudo numa cerimónia de mérito académico que juntou a família do futebol feminino de formação verde e branco.

Um momento singular, de confraternização e de reconhecimento a várias atletas, com as famílias a preencherem um espaço da bancada central do palco onde joga a equipa principal de futebol Leonina. Entre os presentes estiveram Rita Fontemanha, jogadora sénior, Margarida Batlle y Font, coordenadora-geral do futebol feminino do emblema de Alvalade, Frederico Gonçalves, coordenador do futebol de formação feminino do Sporting CP, Ximenes Abreu, fundador e director da Ae Economics, e Luís de Deus, coordenador regional das escolas das Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) de Lisboa e Vale do Tejo.

A forma de valorizar o esforço fora de campo destas atletas arrancou muitos aplausos e sorrisos, com um ambiente de evidente orgulho da parte de todos os presentes pelo sucesso. que, apesar de ter sido um pouco mais individualizado, mostrou os valores de equipa e de entreajuda entre todos: desde os pais e treinadores, que ajudam a desenvolver as potencialidades destas jovens futebolistas, até às colegas de equipa, que tantas e tantas vezes partilham o gosto pelo jogo e as salas de aulas ou as mesmas matérias escolares – afinal, dezenas têm a mesma idade.

As bolsas de mérito foram atribuídas às atletas Carolina Vieira (sub-19), Maria Cunha (sub-15), Verónica Tomásio (sub-13) e Vitória Wang (sub-11) e os prémios foram entregues pelas vencedoras no ano anterior.

No final e aos meios de comunicação do Clube, Margarida Batlle y Font falou da importância desta cerimónia também como forma de reconhecimento ao labor das atletas fora das quatro linhas e ao valor que é dado ao percurso escolar das jogadoras.

“No ano passado, quando nos propusemos, juntamente com o nosso parceiro Ae Economics, a lançar este desafio ao nosso futebol de formação feminino, sabíamos que o mais importante seria transmitir-lhes a mensagem de que o rendimento desportivo importa, mas até uma determinada fase - e sobretudo no futebol de formação - a escola é o plano A, o plano B, o plano C, e depois sim, o futebol. Nós estamos cá para trabalharmos diariamente, assim como o coordenador do futebol de formação transmitiu, para lhes mostrar que é possível, que temos casos de jogadoras a chegar à equipa principal, nomeadamente o caso da Matilde Nave, que tem estado presente regularmente nos treinos da equipa principal e que quer ser médica. Oxalá isso seja possível. Sabemos que é difícil conciliar, mas trabalhamos todos os dias, os nossos recursos trabalham para alimentar esses sonhos, não só dentro do campo, mas também fora de campo”.

Sonho é a palavra que serve de mote para o futebol de formação feminino do Sporting CP. “É a palavra determinante. Mas têm de ser sonhos passíveis de serem concretizados, porque se não dermos a estas jovens essa motivação e esse incentivo, passo a passo, fica mais difícil os sonhos passarem a ser objectivos e bem alicerçados dentro delas de que é possível. O nosso objectivo é permiti-las sonhar, mas ao mesmo tempo mostrar-lhes que esse sonho pode ser uma realidade, como já existe. Temos uma internacional portuguesa, a melhor marcadora de todos os tempos do Sporting CP, a Diana Silva, que é mestre em ciências farmacêuticas com 18 valores e é profissional de futebol. A nós, é difícil convencerem-nos de que não é possível conciliar”.

Por fim, Margarida Batlle y Font explicou o sucesso do futebol feminino do Sporting CP, um projecto em crescente expansão e já acima de 160 meninas a jogarem futebol de Leão ao peito. “Começamos a ter um problema. Há muita procura em relação ao Sporting CP e nós já não as conseguimos acolhera todas, ou seja, o Sporting CP está a acompanhar o movimento e crescimento do futebol feminino em geral, felizmente temos muitas atletas que se juntam a nós no Pólo EUL e que conseguem ser acompanhadas por uma grande equipa de recursos humanos, não basta falar das nossas jogadoras, é importante reforçar que para lhes dar essas condições e para tornar o sonho realidade, é preciso termos adultos, é preciso termos treinadores, é preciso termos psicólogos, nutricionistas, pessoas que conseguem acompanhar o futebol feminino e o seu desenvolvimento e permitir que estas mais de 160 jogadoras já digam que sentem o Sporting CP, que se sentem bem neste lugar, porque quando os encarregados de educação, os pais, as famílias destas jogadoras as deixam connosco, ficamos muito satisfeitos por perceber que estes pais se sentem descansados e também orgulhosos do nosso trabalho”.

Frederico Gonçalves teve um discurso na linha da dirigente Leonina. “É o materializar de um discurso que é 99 por cento académico e 1 por cento desportivo. Hoje tivemos aqui quatro campeãs dentro e fora do campo naquilo que é a sua gestão diária, num percurso que se quer de carreira ‘dual’: académica e desportiva. Temos aqui quatro exemplos, dentro de tantos outros. Temos 167 jogadoras que poderiam ser, com toda a certeza, 167 premiadas naquilo que é a boa arte de gerir o dia-a-dia em prol de um futuro académico e desportivo”, vincando ainda a incidência que o Clube Leonino dá ao esforço de qualidade.

“A filosofia do Sporting CP tem muito a ver com o valorizar da meritocracia, seja ela desportiva ou académica. A nossa filosofia, o nosso ADN é muito de recompensa por aquilo que é fruto de trabalho árduo. Estamos aqui hoje perante casos de sucesso que se tornaram visíveis, com uma estrutura que também suporta isto, seja ela familiar, do próprio futebol de formação feminino em ligação também ao futebol profissional, que permite ao final do dia que um conjunto de jogadoras alicerçadas numa estrutura técnica altamente profissional, consiga promover sucesso, quer seja académico, quer seja desportivo”.

Carolina Vieira, das sub-19, que foi uma das premiadas, enalteceu a atenção dada pelo Clube Leonino ao trabalho das atletas fora das quatro linhas, com prémios para os desempenhos nas salas de aulas, através das boas notas.

“É um orgulho enorme, sabemos que sempre que vamos subindo na hierarquia são mais os privilégios que acarretam as nossas conquistas e podemos dizer que somos um exemplo para as mais novas. O Sporting CP, ao privilegiar esta parte académica das atletas, dá um contributo enorme para o nosso desenvolvimento, porque acaba por nos dar mais-valias para continuarmos os nossos estudos e os nossos sonhos fora do futebol”, nomeando o grande sonho que persegue: “Estou a estudar para ser advogada, ou juíza. Para além de querer continuar com o futebol, queria também seguir essa etapa da minha vida. É muito importante o papel do Sporting CP nesta questão, pois sabemos que temos por trás uma estrutura que nos ajuda sempre, quer em termos escolares, quer em termos desportivos, como faz o Sporting CP”, referiu aos meios de comunicação do Clube.

A também jovem futebolista, mas da equipa de sub-13, Verónica Tomásio partilhou das ideias da companheira do escalão mais alto do futebol de formação do Sporting CP. “Sinto acima de tudo felicidade, é um orgulho enorme o Sporting CP beneficiar-nos pela escola, pelo foco que temos na escola, e dá-nos mais vontade de estudar. Isso é muito importante”, enquanto Vitória Wang, que recebeu o prémio no escalão de sub-11, o mais baixo do Sporting CP, referiu: “Sinto-me muito bem, nunca tinha sentido tanta alegria na minha vida. Foi um momento especial”.

Por estar ao serviço da Selecção Nacional sub-15, Maria Cunha não marcou presença.