Alejandro Domínguez: “Sinto-me muito orgulhoso desta equipa”
13 Jun, 2024
Técnico Leonino realça identidade, carácter e grande ano da equipa verde e branca
No final da partida em casa do FC Porto, Alejandro Domínguez não escondeu a tristeza por a equipa de hóquei em pains do Sporting Clube de Portugal não ter passado à final do Cameponato Nacional, mas fez notar a entrega nos limites e qualidade da formação que orienta.
“Era uma grande final para as duas equipas e a equipa do FC Porto, com o ambiente dos seus adeptos, vai para cima com o início do jogo e estiveram muito acertados e muito rápidos no contra-ataque, estavam muito fortes. Não fizemos uma má primeira parte, o que se passou foi que cada desajuste que tivemos, pagámos caríssimo. Depois, metemos um golo nos primeiros segundos da segunda parte e o FC Porto suponho que começaram a pensar que estava cada vez mais perto o final do jogo e que era definitiva. Já não foram tanto, nem foram tão eficazes e nós crescemos, realmente a nossa equipa cresceu na segunda parte. Na última jogada do prolongamento tivemos uma bola no poste, por trás de Malián, faz parte do desporto. Terminámos hoje a temporada, disse aos jogadores que não me ocorre um final mais digno para esta equipa, um final mais honesto, mais fiel ao que trabalhámos e mais digno do que este. Disse antes da partida que se este fosse o nosso último jogo, vamos jogá-lo da maneira como trabalhámos desde o primeiro dia, sendo fiéis ao que somos e ao que tentámos criar. E fizemos isso. Estou muito triste, porque não gosto de perder e somos uma equipa feita para ganhar, mas a ter de ser, que seja assim. Sinto-me muito orgulhoso desta equipa, em dois anos jogámos uma final da Taça de Portugal que perdemos da maneira que perdemos, fomos à final do Campeonato da época passada que perdemos como perdemos, ganhámos a Liga dos Campeões e hoje caímos na meia-final contra uma grande equipa. Há que felicitar o FC Porto, que em sua casa foi em alguns momentos demolidor, difícil de conter. Fizeram um bom jogo, mas não quero terminar sem dizer que todos os nossos adeptos, todos os Sportinguistas, olhem com carinho para esta equipa, que é um ‘milagre’ é uma grande equipa, um grande grupo e este ano fez um grande ano”, referiu em conferência de imprensa.
O técnico rejeitou a ideia de que o desempate de grandes penalidades seja, por natureza, uma lotaria. “Os penáltis não são uma lotaria e treinamos os penáltis todos os dias. Também treinamos os movimentos tácticos de saída em transição e nem todos são golos. Eles [FC Porto] tiveram mais acerto, nós não acertámos na marca dos penáltis, mas é uma faceta mais do jogo, treinámo-los às vezes sai bem, outras vezes não sai tão bem”.
O treinador Leonino explicou o que mudou ao intervalo e onde incidiu a tónica das palavras que dirigiu aos jogadores do Sporting CP no tempo de descanso. “No balneário, ao intervalo, fizemos duas valorizações: uma eram aspectos tácticos, porque eles estavam a correr na transição com muito perigo em superioridade numérica porque nós estávamos a seleccionar mal as opções de quatro para quatro. Fizemos aí uma correcção e depois houve uma outra parte da conversa, muito mais emocional, muito mais relacionada com a maneira como nos comportamos num ambiente hostil, contra um rival que está a ganhar. E a mensagem foi de que temos de jogar de frente, no um contra um, com o nosso bloqueio de continuidade e crer que lhes podemos causar dano. Logo na primeira jogada metemos um bloqueio de continuação e marcámos. E a equipa acreditou. A única mudança foi que havia uma parte da mensagem que era táctica e a outra era emocional, era a de que não podíamos jogar como aconteceu nos outros dois jogos, em que por momentos o rival está por cima de nós emocionalmente, o que é normal, porque quando jogámos no Pavilhão João Rocha, a energia é outra, mas os jogadores amadurecem, crescem, aprendem a jogar nestes ambientes e fazem-se grandes. Não recebemos o prémio, mas o Sporting CP foi um grandíssimo rival contra um senhor FC Porto que ganhou a Champions na época passada, a Taça de Portugal esta época e que é uma grande equipa e passou após prolongamento e penáltis. O Sporting CP virou um 4-1 de desvantagem, uma vénia aos meus jogadores, a esta equipa, ao espírito que tem, eu vou sair, mas não acabou, esta equipa seguirá a crescer e alutar, porque tem um espírito que já tinha também antes de eu chegar, não fui eu que o impus, esse espírito têm-no os jogadores, não é mérito meu”.
Por fim, o técnico explicou o sentimento que deixa com a saída do Sporting CP, com palavras emocionadas e de gratidão. “A única palavra que me ocorre e disse aos jogadores, porque não me quero emocionar é obrigado, ‘gracias’. Tenho 53 anos estive em muitos lugares, como jogador e treinador e é muito especial. O que vivi aqui [no Sporting CP] é único, único na energia, no tratamento que recebi por parte do Clube, dos dirigentes do Clube em todo este processo de dois anos e não tenho palavras para agradecer a maneira como me trataram pessoalmente e profissionalmente. Os jogadores são uma família, uma família, mesmo nas decisões em que se sentiram injustiçados, questionaram-me com uma maturidade e uma positividade fora do normal, colocando sempre o Sporting CP à frente. Foram dois anos de que nunca me vou esquecer na vida e vou voltar muitas vezes, porque sinto o Sporting CP como minha casa, como um lugar que quero muito e ao qual quero voltar muitas vezes, porque quero muito bem ao Clube”.