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Caminho

Por Pedro Almeida Cabral
17 Nov, 2022

Um caminho faz-se passo a passo. Sempre com os olhos postos no destino. Sabendo que haverá curvas, contracurvas, subidas e descidas. São os acidentes da caminhada que nos desafiam a dar o nosso melhor. Se assim não fosse, não era um caminho, mas um passeio. No domingo passado, talvez tenha parecido que percorremos uma distância pequena, vencendo de forma clara o FC Famalicão por 1-2. Mas foi algo mais. Finalmente, ganhámos aos famalicenses, o que ainda não tinha acontecido desde que os minhotos subiram à Primeira Liga. Contabilizávamos uma derrota, ainda com Silas, e dois empates. Amorim, pouco dado a malapatas e bloqueios, só desta vez, à terceira, os derrotou. Regressámos a uma sequência de vitórias e Trincão voltou a marcar no campeonato, após longa ausência. Detalhes com pouca importância, dirão alguns. Passos do caminho rumo a mais vitórias, respondo eu.

Entrou bem o Sporting Clube de Portugal, confirmando a subida de forma dos últimos dois jogos. Reagindo às palavras de incentivo de Rúben Amorim (que fez uma antevisão do jogo fantástica, defendendo o plantel), Trincão esbanjou classe e discernimento. Acutilante, soube construir com perigo e acerto no passe. Pote também se destacou. Procurou assistir para golo quando havia esse espaço e marcou o penálti que selou a vitória. Morita cresce de forma segura. Cada vez mais confiante, vai aumentando a cada jogo o número de recuperações de bola. Na defesa, tudo a regressar à normalidade, com reacção vigorosa ao assédio final do FC Famalicão. Uma vitória justa que parece só mais uma vitória. Mas que permite chegar à pausa do Mundial em crescendo e que fará toda a diferença para o retomar do campeonato em Dezembro.  

PS: A selecção é a selecção. Algumas escolhas geram dúvidas. O que acaba por ser normal. Até pela enorme variedade de talento que o seleccionador nacional tem à sua disposição. Porém, há omissões que não se entendem. A ausência de chamada à selecção de um jogador como Gonçalo Inácio é da ordem do misterioso. Titularíssimo da equipa do Sporting CP, com quase 100 jogos, fundamental no título de campeão de 2021, preponderante na boa campanha que fizemos na temporada passada, será possível que não mereça ser, ao menos, internacional e experimentado uma vez por Fernando Santos? Já nem falo da convocatória para o Mundial, que seria absolutamente justa.