Começo esta coluna de opinião e confesso que já sentia saudades de escrever para o nosso Jornal, com a sensação de ter um cada vez maior orgulho em ser do Sporting Clube de Portugal, se é possível ter ainda mais. Mas sim, atitudes existem que fazem com que isso seja possível.

E este orgulho é não só de carácter desportivo, onde as vitórias, do futebol às modalidades e destas destaco essencialmente o andebol, que é a única modalidade em velocidade de cruzeiro nas competições desta época - parabéns também ao voleibol pela conquista da Taça Ibérica, ganhando na final ao eterno rival o nosso primeiro troféu oficial da época 2024/2025 - continuam a ser uma evidência, tanto no plano nacional como nas provas europeias, mas sobretudo fora dele.

Este meu orgulho - e sei que posso falar por todos os Leões -  extrapola o âmbito competitivo. E no passado domingo, corriam os ponteiros do relógio do primeiro dia de Outono para as 20h30, o Sporting CP ganhou de goleada a "Champions League" do saber estar. Que melhor forma haveria de minimizar a dor da perda do que convidar a Dona Maria Elvira, uma octogenária Leoa que, entre toda a fatalidade, conseguiu, como no meio de um sorriso afirmou, "salvar o seu Sporting", os pertences alusivos ao nosso clube que conseguiram ficar sãos e salvos entre a calamidade envolvente do incêndio que destruiu a sua habitação.

Pela primeira vez na sua vida esteve no Estádio José Alvalade a ver o "seu" Sporting CP a convite do Conselho Directivo. Esteve com o presidente, com os jogadores, com Rúben Amorim e foi recebida em apoteose pela família Leonina... a sua família.

A solidariedade não pode acabar aqui. Terá que continuar até ao reerguer da habitação. Todos seremos poucos para ajudar a nova número "82" de Alvalade a ultrapassar esta situação. Os jogadores fizeram o seu papel e homenagearam a Dona Maria Elvira, fazendo-a regressar feliz à "sua" Albergaria-a-Velha com a vitória frente ao AVS. Um momento que amenizou a dor. A dor de uma Leoa. Uma Leoa que, como tantos cidadãos anónimos deste país, sejam ou não Sportinguistas, viveram o horror e a perda dos seus bens.

Mas neste espaço também há espaço, passe o pleonasmo, para falar de coisas boas... do futuro. E nesse contexto, é obrigatório chamar aqui à colação a apresentação, no passado dia 19 de Setembro, do "Plano Estratégico 2024/34 - Future is Coming", por André Bernardo, vice-presidente do Conselho Directivo do Sporting CP. 

Ficou nele claro que decidida e deliberadamente estamos cada vez mais um clube moderno e com uma particularidade que me parece fantástica da parte de quem nos lidera, a de que o limite é não ter limites na procura do sucesso. 

Deste plano estratégico a dez anos, saltam decisões que são o garante de um Sporting CP virado para o futuro e sobretudo a acompanhar os novos tempos. Um Clube que visa as vitórias no plano desportivo, mas com a preocupação de criar infra-estruturas que ajudam tanto a catapultar essas mesmas vitórias.

Nada acontece por acaso na gestão de um clube desportivo, ou mesmo em qualquer outro tipo de gestão. A fronteira entre o ganhar ou o perder, a competência ou a incompetência, é tantas vezes feita de pequenos detalhes.

Detalhes esses que o Sporting CP da actualidade vai até ao mais ínfimo pormenor, com a convicção de que o caminho é por aqui. Um caminho que honra os fundadores. Um caminho que visa o presente, mas sempre com os olhos num futuro rampante  Um caminho "à Sporting". É este o nosso ADN!

P.S. - Amanhã no Estoril o foco é na conquista da sétima vitória consecutiva. Força, rapazes. Nós acreditamos em vocês.