Sporting B empata a dois golos com o Gil Vicente, que fez o segundo a um minuto dos 90

A equipa orientada por João de Deus não tem tido um início de campeonato fácil. À sétima jornada, as contas falam por si: quatro pontos conquistados - soma de uma vitória, um empate e quatro derrotas. São estatísticas que não ajudam nenhuma formação a ter índices de confiança elevados. 

Diante do Gil Vicente, na Academia Sporting, era crucial entrar com uma postura aguerrida, de quem quer inverter o rumo dos últimos acontecimentos e traçar melhores horizontes. Para dar uma ajuda, chegaram Ricardo Esgaio, que assumiu a braçadeira de capitão, Bruno Paulista e Matheus Pereira, três jogadores que têm estado sob a orientação do técnico Jorge Jesus. Foi então com o plantel reforçado ao nível da experiência que os comandados de João de Deus receberam os gilistas. 

Na primeira parte, assistiu-se a uma partida muito morna que só despertou nos últimos minutos. As duas formações apostaram no 4x3x3, factor determinante para a forma como encaixaram dentro das quatro linhas. Havia pouca mobilidade de ambas as partes, os atletas apresentaram-se um pouco estáticos e todas as investidas ofensivas esbarram, de parte a parte, num muito bom posicionamento defensivo. 

Só perto da meia hora é que Pedro Silva teve de intervir, pela primeira vez, após um livre bem batido de Bruno Silva, o lateral esquerdo dos visitantes. Também Júlio, guardião do Gil Vicente, disse presente à passagem do minuto 36' - Guima ganhou o corredor esquerdo e colocou uma bola teleguiada na cabeça de Ronaldo Tavares, mas estava lá o último homem da defesa para manter o marcador intacto. 

O Sporting CP aumentou o ritmo nos instantes finais, com Pedro Delgado e Matheus Pereira a apostarem nos remates de longa distância. No entanto, saíram sempre a rasar os postes da baliza, ficando o placard a zeros quando o árbitro apitou para o intervalo. 

Estava em causa uma mudança de paradigma verde e branca. Na etapa complementar, o conjunto leonino entrou com essa ideia bem cimentada. Mais subidos no terreno de jogo, os verdes e brancos desenharam melhor as jogadas ofensivas, muito por culpa da maior liberdade concedida a Matheus. Era um Sporting CP superior, mas com dificuldades em criar oportunidades flagrantes, pois os lances perdiam a definição no último terço.

Aos 59', apareceu o típico golo contra a corrente do encontro. Ricardinho aproveitou um corte mal medido de Pedro Empis dentro da grande área, ficando com todo o tempo do mundo para fazer as redes mexer. Os erros pagam-se caros na II Liga.

Já estava em campo Pedro Marques, o avançado proveniente do Belenenses que tem andado nas bocas do mundo por causa do golo marcado ao Real Madrid, na UEFA Youth League. De pé e cabeça quentes, o número 54 dos leões fez o empate dois minutos depois. Mais uma vez, Pedro Empis utilizou a grande capacidade de cruzamento para encontrar a cabeça do colega. 

Ainda havia tempo para consumar a reviravolta. Aos 71', quem mais...? Pedro Marques, novamente. Conduziu o contra-ataque, entregou a Matheus, correu para a sua zona favorita - grande área - e aplicou novo movimento de rotação, mas desta vez com a bola no relvado (recorde-se que, frente ao Real, o avançado já tinha mostrado essa capacidade, mas sempre com a bola no ar). 

Estava tudo à espera que o Sporting B regressasse às vitórias. Faltava um minuto para os 90' quando Arthur estragou a festa leonina. Solto, à entrada da grande área, disparou na direcção da baliza, sendo que ainda houve um ligeiro ressalto, suficiente para enganar Pedro Silva. Com dois erros defensivos, os leões consentiram dois golos. Há que melhorar, levantar a cabeça e preparar já a deslocação a Chaves.