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Foto José Lorvão

Rúben Amorim: "Queremos manter a nossa posição"

Por Sporting CP
29 Set, 2023

Sporting CP enfrenta SC Farense no sábado (20h30)

Para cumprir o seu quarto jogo em treze dias, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal desloca-se, este sábado, ao Algarve, onde vai defrontar o SC Farense no Estádio de São Luís. Na véspera deste encontro da sétima jornada da Liga Portugal, Rúben Amorim, treinador dos Leões, esteve em conferência de imprensa para perspectivar a deslocação ao Sul do país, mas começaria por comentar o sorteio da Taça de Portugal, que colocou o CD Olivais e Moscavide no caminho verde e branco.

“É um jogo de Taça, contra uma equipa da Distrital e bem perto de nós, o que é bom, porque assim não temos de fazer uma grande viagem e nós temos bastantes jogos. Têm um treinador que fez comigo o nível I [do curso] de treinador e nós temos de nos lembrar do que nos aconteceu [na época passada]. Obviamente que o Varzim SC era um clube da Liga 3 na altura, mas fomos eliminados e queremos bem fazer melhor este ano”, apontou, antes de virar todas as atenções para o SC Farense, garantindo a semana de trabalho serviu para olhar para “todos os pormenores”.

“Vai ser um jogo muito difícil, diferente do que foi com o Rio Ave FC e contra um treinador mais experiente do que todos nós aqui na equipa principal do Sporting CP. Vai estar à espera das nossas transições e todos os pormenores vão contar: as bolas paradas, não podemos perder a bola e temos de ter posses muito longas. É um campo um pouco mais estreito do que o nosso, por isso estreitamos o nosso campo também nos treinos e isso faz a diferença na largura”, explicou, antes de destacar “a capacidade” de três jogadores ofensivos do lado algarvio: Rui Costa, Bruno Duarte e [Mohamed] Belloumi.

O emblema de Faro é actualmente 11.º com seis pontos, sendo o oitavo melhor ataque (nove golos) e a sétima melhor defesa (oito). Além disso, no Estádio de São Luís, o SC Farense venceu os seus três últimos jogos em casa – para a Liga bateu o SC Braga (3-1) e goleou o GD Chaves (5-0), além de um triunfo a contar para a Taça da Liga. Ainda neste arranque de campeonato, já deu também muito trabalho também ao FC Porto, que só levou os algarvios de vencida, no Estádio do Dragão, com um golo aos 90+10’ (2-1).

“É uma equipa experiente, sem nada a perder, que já venceu o SC Braga, mas nós sabemos bem o que fazer. A ideia passa muito por ter a bola, não a perder, criar oportunidades e, acima de tudo, não sofrer golos, porque temos 90 minutos – ou 100 com os descontos – para marcar um”, projectou o treinador dos Leões, antes de considerar que mais do que maior motivação é a “diferença de responsabilidade” que pode ajudar a explicar as boas prestações do SC Farense frente às equipas do topo da tabela.

“Têm mais liberdade e enquadram-se bem sendo uma equipa que defende bem e que tem mais espaço para fazer transições. Jogam sempre com muita intensidade e, depois, com os ‘grandes’ têm menos responsabilidade e mais espaço para atacar”, atentou ainda, acrescentando: “Espero um SC Farense que quer ganhar, mas nós também e queremos manter a nossa posição, que é o primeiro lugar. Passa por aí o objectivo do jogo. Queremos acabar a jornada no primeiro lugar e só dependemos de nós. Vencendo estaremos em primeiro, podemos é estar acompanhados ou não, mas isso é o principal”.

E para a visita a Faro, Rúben Amorim garantiu que “Viktor [Gyökeres] está apto para o jogo” e que depois de “um susto” o “Ousmane [Diomande] recuperou”. Em sentido contrário, “St. Juste continua a fazer a sua recuperação e está cada vez mais perto [de regressar] e o Afonso Moreira e o [João] Muniz estão lesionados”, detalhou.

Questionado sobre o bom momento da equipa - à procura da quarta vitória consecutiva e ainda invicta em 2023/2024 - e de várias das individualidades Leoninas, o técnico verde e branco não escondeu que “é bom ter vários jogadores num excelente momento, mas não são só os avançados, porque os defesas também”, lembrou, antes de realçar que “no meio-campo há uma luta muito saudável e tem sido mudada a dupla de jogo para jogo”. De seguida, debruçou-se de forma mais demorada sobre a sua “forma de gestão” do plantel.

“Simplesmente olho para as características e, às vezes, os jogadores que estão num grande momento vão para o banco porque aquele jogo pode não precisar deles no início. É impossível pôr todos os jogadores que estão num bom momento, porque pode estragar a dinâmica da equipa e isso é o mais importante”, sublinhou.

Depois, instado a comentar um estudo recente do Observatório de Futebol que destacou o Sporting CP como a equipa mais dominadora no arranque do campeonato, Amorim desvalorizou o dado, justificando: “Detesto essa conversa. São seis jornadas, é uma amostra tão pequena que não podemos fazer uma análise séria disso”.

“O que eu sinto é que temos sido mais consistentes porque não sofremos golos, acabámos sempre por marcar e controlamos os nossos jogos”, atentou, antes de voltar a direccionar o foco para o duelo com o SC Farense: “Amanhã é uma história diferente, num jogo complicado, de muita luta e segundas bolas. Se calhar, vai haver momentos em que nem se vai jogar muito bem e nós temos de nos adaptar a todo o tipo de jogos”.

A seguir, Rúben Amorim foi questionado sobre vários jogadores Leoninos a nível individual. Entre eles, Gyökeres, que considerou ter sido um reforço que “veio ajudar não só a libertar mais o Paulinho, mas toda a gente”. “É um jogador com características que não tínhamos e tornou a equipa mais perigosa”, frisou, antes de abordar o período de adaptação pelo que tem passado Iván Fresneda, outra cara nova para esta época, que “está bem, vai ter tempo e vai ser titular em vários jogos no Sporting CP”, apontou.

“Está a competir por um lugar. Se olharmos ao que aconteceu com o Ugarte, ele andou cerca de seis meses em que mal jogava e de repente apareceu. Tem que ver com os colegas de equipa, com as dinâmicas, com o tempo para treinar. Temos tido muitos jogos e ele joga numa linha defensiva que tem muitos conceitos. Está a aprendê-los rapidamente, tem entrado e terá a sua altura para ser titular”, esclareceu, ao mesmo tempo que enalteceu as “muitas rotinas” de Ricardo Esgaio na posição e o perfil de Geny Catamo “quando é para atacar mais”.

Já sobre Francisco Trincão, o treinador do Sporting CP realçou que o extremo, primeiro, “tem de continuar a treinar como treina e ele é um leão a treinar” e, depois, “precisa de jogar e de ter um jogo em que tira dois jogadores da frente e faz um golo”. “Às vezes é um jogo apenas. Pode dar-se esse ‘clique’ e com o talento que ele tem as coisas podem começar a correr bem. O importante é ter noção que a época é muito longa e que num momento estamos bem e depois são outros”, reflectiu.

Por fim, Amorim elogiou a entrada de Morten Hjulmand na equipa, embora seja “um jogador diferente do Ugarte”. “Tem evoluído e com a dinâmica de treino vai mudando a forma de jogar. Nós somos uma equipa que gosta de pressionar mais alto do que a sua anterior equipa, mas ele é muito inteligente e tem essa capacidade de antecipação. Está a adaptar-se cada vez mais à nossa forma de jogar”, concluiu.