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Team Days promove debate sobre o futebol de formação

Por Sporting CP
12 Set, 2024

​Iniciativa juntou todas as áreas multidisciplinares dos escalões jovens em Montargil

No início de Setembro, uma comitiva de colaboradores do Sporting Clube de Portugal, liderada por Paulo Gomes e Tomaz Morais, co-directores da Academia Cristiano Ronaldo, deslocou-se até Montargil, no Alto Alentejo, para participar durante dois dias no Team Days, iniciativa que incluiu várias reuniões promovidas pelas áreas multidisciplinares do Clube de forma a debater o futebol de formação.

Esta acção contou com a presença dos coordenadores de todas as áreas multidisciplinares que integram o Modelo Centrado no Jogador (Recrutamento, Área Técnica, Unidade de Performance, Comunicação, Psicologia, Departamento Médico, Coordenação do Pólo EUL, Gabinete de Apoio ao Jogador, Nutrição, Gabinete de Observação e Análise e Gabinete de Operações) na Academia Cristiano Ronaldo, no Pólo EUL e também na Coordenação Técnica das AFS (Academias de Formação Sporting).

No segundo dia da iniciativa, foi também realizada uma acção de team building que colocou à prova os colaboradores em desafios com circuitos de canoagem e uma gincana em sistema de estafeta com vários obstáculos ao longo do percurso.

No final, o co-director da Academia Cristiano Ronaldo, Tomaz Morais, explicou mais a fundo os objectivos desta iniciativa, que se repete no início de cada época.

“Começámos a fazer o Team Days logo quando pensámos no Modelo Centrado no Jogador pois percebemos que tínhamos de sair da Academia e de nos isolar num sítio próprio para reflectir, aprender, interrogar, colocar em causa e, acima de tudo, ver como podemos olhar para o futuro. O Team Days surge da necessidade que tínhamos de ser melhores no futebol de formação e de perceber qual o nosso caminho”, começou por dizer aos meios de comunicação Leoninos o responsável.

“Cada Team Days vem sendo mais curioso que o anterior e este foi muito importante porque houve mudanças na estrutura e reformulámos objectivos no recrutamento e desenvolvimento de jogadores. Foi o momento ideal para juntarmos essas áreas com todas as outras e discutirmos o que queremos fazer nos próximos dois anos”, justificou, explicando que o foco foram “questões práticas”.

“Trabalhámos a estratégia que vamos adoptar na identificação de talento e na sua potenciação e desenvolvimento, como vamos suprimir as lacunas que temos porque o futebol de formação é muito extenso pois começa nos sub-7 e acaba nos sub-23, que jogo e atitude queremos ver nas nossas equipas e, por fim, que liderança queremos ver nas equipas, nos departamentos multidisciplinares e na Direcção da Academia. Ganhámos a todos os níveis, desde a parte estratégica até à valorização do trabalho em equipa, pois fizemos um team building espectacular, e depois também quanto à liderança e ao que queremos para o Sporting CP”, frisou.

Ora, além das reuniões, houve ainda espaço para uma formação que ficou a cargo do Professor José Manuel Seruya, especialista nas áreas de desenvolvimento pessoal e profissional, liderança e comunicação, que aprofundou a importância da liderança independentemente de sermos ou não líderes dentro de uma instituição.

“Dentro de uma instituição, as pessoas precisam de estar orientadas e essa é uma das funções de um líder: orientar as pessoas em termos de rumo. Por outro lado, um líder tem de ser também alguém que nos inspire e sinta a responsabilidade de nos dar uma alma maior para levar a organização para a frente. Essa é a dupla importância maior da liderança”, justificou, antes de revelar que o foco da sua intervenção passou por “transmitir a necessidade de autoconhecimento e de ter certezas acerca do ponto de partida para o futuro enquanto líder” de uma área.

“Isso significa reconhecer-me enquanto líder e tentei ajudar as pessoas a fazer essa reflexão com uma questão que levantei: “Sei que sou líder quando…?”. Esse foi um momento muito interessante de reflexão partilhada, a tomada de consciência de que sou líder numa certa circunstância no meu quotidiano. Por outro lado, também falei um pouco sobre o compromisso para agir. O autoconhecimento não é uma coisa parada no tempo, é um diagnóstico que me deve comprometer para agir em consciência de líder. Procurei ainda reflectir sobre o êxito profissional enquanto líder e quais os factores que ponho em marcha e que importância lhes dou para ser um bom líder no quotidiano. Por outro lado, abordei a reflexão sobre os sete papéis de um líder e a necessidade de perceber quais as diferentes condições de um líder”.

Já Madalena Afoito, técnica pedagógica da Academia Cristiano Ronaldo que participou pela primeira vez no Team Days, foi responsável por duas actividades de dinâmica de grupo realizadas de forma a reforçar os laços e o espírito de grupo entre todos os colaboradores, tendo explicado um desses momentos: o jogo Zoom.

“Fizemos um percurso pela Academia em que fomos tirando fotografias e demos uma diferente a cada colaborador. Eles tinham de se organizar e perceber se conseguiam cumprir o objectivo que era montar a história desenhada. A actividade correu bastante bem, houve momentos de partilha de ideias e explicação, sendo que os participantes perceberam o que a dinâmica pedia e cada um deu o seu contributo, concluindo a tarefa com sucesso”, frisou, explicando qual o objectivo final desta actividade.

“O objectivo era que percebessem que, apesar de conhecermos a Academia muito bem, todos têm um ponto de vista diferente pois tinham uma imagem distinta. Todos vemos as coisas de forma diferente e é preciso respeitar a visão e opiniões dos outros por muito que seja diferente da nossa. Depois, o trabalho em equipa fez com que percebessem que somos um que faz o todo, o que é fundamental, pois trabalhamos diariamente enquanto equipa multidisciplinar para atingir o objectivo principal que é formar pessoas e só depois jogadores no Sporting CP”, destacou.

Por fim, Miguel Pinto, consultor operacional do futebol de formação na Academia Cristiano Ronaldo que já é repetente no Team Days e esteve directamente envolvido na organização dos mesmos, justificou a relevância destes dois dias com uma ideia muito simples: “reforçar os laços e coesão entre toda a equipa multidisciplinar”.

“Queríamos sobretudo que os elementos que partilham o mesmo espaço de trabalho diariamente e os que estão descentralizados passassem o máximo de tempo possível em dinâmicas e momentos mais informais para terem uma reflexão mais profunda. Mesmo aqueles que trabalham na Academia por vezes têm dificuldade em ter esse tempo que esta iniciativa nos proporciona”, atirou, explicando que a sua tarefa principal passou por preparar o trabalho futuro ao “criar um formato de reuniões que permitisse, ao longo da temporada, ter dinâmicas de inovação e de brainstorming e também estimular o trabalho multidisciplinar”.