Leões de fibra arrebatam Supertaça dez anos depois
11 Out, 2025
Reviravolta de mérito sobre o FC Porto confirmada no prolongamento (3-4 a.p.)
Depois de um inédito Campeonato do Mundo de Clubes, uma tão aguardada Supertaça, e outra vez num jogo de exigência total. A equipa de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal conquistou a Supertaça António Livramento ao ter vencido o FC Porto por 3-4, após prolongamento, este sábado, no Pavilhão Multiusos de Odivelas.
Há dez anos que os Leões não levantavam este troféu e foi de forma heróica que conseguiram voltar a vencê-lo. Obrigados a recuperar de um 2-0 e depois de um 3-1 ainda na primeira parte, os recém-coroados Campeões do Mundo puxaram dos galões e contaram com um Facundo Navarro absolutamente decisivo (hat-trick) para chegar ao título: o argentino forçou o prolongamento a três minutos da buzina e, a seguir, apontou também o golo da vitória. Finalmente, a espera pela terceira Supertaça – depois das conquistas em 1982 e 2015 – chegou ao fim.
Perante o (bi)campeão nacional em título, o FC Porto, o Sporting CP chegou à Supertaça como detentor da Taça de Portugal e entrou em pista com Xano Edo, Gonzalo Romero, Alessandro Verona, Facundo Navarro e Rafa Bessa no ‘cinco’ inicial. E foi a equipa mais proactiva e ofensiva desde o arranque, com o capitão ‘Nolito’ a assustar através de stickadas em zona frontal, embora na resposta azul e branca o capitão Gonçalo Alves tenha colocado Xano Edo à prova.
De seguida, o clássico abriu-se mais e os dragões – bem fechados na defesa e confortáveis a sair em transição - obrigaram o guardião verde e branco a aplicar-se a fundo até que aos dez minutos um desvio de Ezequiel Mena acabou mesmo no fundo das redes. Além disso, três minutos depois, Hélder Nunes ampliou o marcador para 2-0, complicando a tarefa verde e branca.
De imediato, os Leões ainda sobreviveram a um período de inferioridade numérica – cartão azul a Navarro - durante a qual dispuseram da sua ocasião mais clara até então, mas se não foi à primeira para Verona, foi à segunda. Servido por Romero, o italiano – em grande neste arranque em 2025/2026 (oito golos) - apareceu triunfante na área para empurrar a bola e dar vida aos comandados de Edo Bosch.
Escassos segundos depois, Hélder Nunes ainda castigou uma perda em zona proibida com o 3-1, mas a reacção verde e branca foi, também, imediata. Navarro interceptou um passe em zona defensiva, acelerou a solo para a meia-pista adversária e com um ‘tiraço’ cruzado fez balançar as redes na fase mais frenética do clássico.
Já o 3-2 não se alterou até ao intervalo, apesar das várias investidas do Sporting CP e do FC Porto, que até beneficiou de um penálti, travado por Xano Edo – sempre fiável entre os postes.
No segundo tempo, os Leões, em busca do empate, reentraram claramente por cima, empurrando e mantendo o jogo nas imediações da área adversária, mas nem Rafa Bessa, nem Danilo Rampulla – nas mais claras – conseguiram bater Xavi Malián e o tempo continuou a correr contra o Sporting CP, que ainda deixou de contar com Verona devido a lesão.
Perante um conjunto azul e branco cada vez mais fechado e que pouco arriscou no ataque, os Leões não pararam de insistir, porém o 3-3 e até a décima falta portista tardavam em chegar. Mas quando esta última foi assinalada, com recurso ao Sistema de Revisão Vídeo, o guardião do FC Porto levou a melhor sobre ‘Nolito’ e, a sete minutos do fim, deixou tudo na mesma em Odivelas.
Não se alterou também a postura do Sporting CP, que continuou a carregar: Romero, em força, atirou para nova defesa de Malián, que negou o golo também a Rampulla e, pelo meio, Bessa ainda acertou no poste.
A busca verde e branca foi incessante e foi recompensada, finalmente, aos 47 minutos para aumentar o volume do apoio Sportinguista nas bancadas. Na sequência de mais uma bola devolvida pelo ferro, desta vez Navarro estava lá para o desvio decisivo que concretizou o empate e acabou por levar a decisão da Supertaça para prolongamento.
No entanto, os Leões – moralizados - não se ficaram por aqui e voltaram a ter no camisola 33 o principal protagonista. Com uma stickada certeira em zona frontal, Facundo Navarro assinou o hat-trick na final e adiantou o Sporting CP no clássico pela primeira vez. E o argentino até podia ter aumentado de imediato a vantagem, porém desperdiçou um penálti ganho também por si.
Foi na segunda parte do prolongamento que os papéis, naturalmente, inverteram-se e foi o momento de a equipa verde e branca conter o tudo por tudo dos dragões, que ainda arriscaram com o 5v4 sem guarda-redes, mas emergiu, de novo, Xano Edo para garantir a vitória e soltar a festa Sportinguista dentro e fora de pista.
Neste preenchido mas muito bem-sucedido arranque de temporada dos Leões segue-se, já na terça-feira (21h00), o primeiro passo na fase regular da Liga: a AD Sanjoanense, no Pavilhão João Rocha, é o adversário.
Sporting CP: Xano Edo [GR], Rafa Bessa, Diogo Barata, Danilo Rampulla, Alessandro Verona, Roc Pujadas, Facundo Navarro, Henrique Magalhães, Gonzalo Romero [C], Zé Diogo [GR]