Rescaldo ao triunfo da equipa de voleibol do Sporting CP frente à AA Espinho, por 3-1.

As primeiras palavras de João Coelho após a passagem do Sporting CP à final da Liga de voleibol foram para homenagear Aurélio Pereira, que faleceu aos 77 anos. “Primeiro, as condolências à família do senhor Aurélio Pereira. Foi uma pessoa muito importante para o Clube e que muito fez para o Sporting CP que é hoje”.

Sobre o triunfo por 3-1 diante da AA Espinho, o treinador da equipa de voleibol do Sporting CP, analisou o jogo em declarações aos meios do Clube.

Entrada em falso

“Se não tivéssemos dificuldades contra o 3.º classificado, mal seria. Isso não invalida um primeiro set desastroso, em que só tenho de assumir total responsabilidade porque não foi nada do que queríamos fazer. Queríamos ter entrado de forma convincente, agressivos no bloco/defesa. Muito erro de ataque, erros não forçados, portanto fomos precipitados num jogo que devíamos ter abordado com a pressão como se estivesse 0-0 e não foi isso que evidenciámos no primeiro parcial”.

João Coelho destacou ainda o valor da equipa orientada por Miguel Maia. “Depois, a AA Espinho não é uma equipa qualquer, nenhuma equipa fica em 3.º lugar com pouco mérito. Sabe jogar, sabe servir, foi inteligente a gerir o risco e o erro de serviço e nós, com más opções, arrastávamos um pouco o jogo. Mas era imperioso vencer, chegar à final, temos uma semana completa de descanso e de trabalho. Feliz pelo apuramento, estamos na decisão principal e há que lutar pela conquista do título”.

Equipa vale como um todo

João Coelho enalteceu o contributo do plantel para o triunfo desta quarta-feira e passagem do Sporting CP à final da Liga de voleibol.

“Este grupo nunca se limitou ao seis que joga. Nunca foi assim desde que eu cheguei e nas equipas que treinei. Apesar de este ano ter havido menos mexidas, há jogadores com o mesmo volume de épocas anteriores, mesmo não estando a jogar tanto, mas há sinergias que é preciso construir, há especificidades de posições que precisamos de amadurecer, de passar por dificuldades, há coisas que não saem bem e que temos de continuar a treiná-las porque temos adversários na frente que nos vão colocar s mesmíssimas dificuldades e se não contassem eu não utilizava este tipo de atletas quando mais importa, quando estamos com mais dificuldades e quando mais precisamos”.

Desejo de ganhar a final

João Coelho reforçou que todos contam e em todos os pontos. “É nesses momentos que eles fazem valer, consigam corrigir ou não o que está menos bem. Hoje estiveram muito bem, o Armando [Velásquez] não é caso único, tem tido muito mais jogo, mas é um grupo que vale pelo seu todo. Temos um deslize em duas épocas com execpção do actual campeão, que é um registo que nos aproxima da exigência que queremos: jogar para ganhar todos os jogos, tentar chegar às finais, vencê-las. Temos duas competições ganhas este ano, queremos terminar como começámos. Ambição máxima, não há desculpas para não querer o lugar mais alto”.  

João Coelho deixou já o mote para a série das finais. “Unir todo o clube em torno desta equipa, em torno de todas as equipas que estão a lutar por objectivos ambiciosos, é esse o nosso dia a dia. É uma final, um cariz completamente distinto, à melhor de cinco jogos. Vamos querer jogar um jogo de cada vez, para ganhar, não pode ser de outra forma, é isso que temos feito em todos os jogos. Em todos os jogos no quais temos entrado, seja Supertaça, Taça Ibérica, Campeonato, Taça de Portugal e CEV Challenge Cup, todos os jogos foram abordados para vencer, o saldo é positivo, mas temos, obviamente, o principal objectivo na frente e o que queremos é ganhar”.

Vinícius Lersch, zona quatro do Sporting CP, fez também a leitura do jogo aos meios do Clube e valorizou tanto o triunfo leonino, como também a réplica do adversário. “Muito mérito da AA Espinho, não é à toa que a AA Espinho está na meia-final, é uma equipa que cresceu muito durante a época. Respeitámo-los muito, eles vieram sem nada a perder a nossa casa. Sofremos para tentar ajustar o jogo, eles estavam a ‘ler-nos’ bem, muito mérito deles, mas mostrámos a força do nosso grupo, que tem vindo a trabalhar muito forte, o nosso banco também é muito forte, então é natural que se um jogador que joga mais tempo não tem um dia tão bom, hoje eu entrei e conseguiu dar um pouco ao grupo, também fui feliz e é importante mostrar essa força do grupo”.

A eliminatória ficou resolvida em três jogos, mas os números não traduzem todas as dificuldades que foram colocadas ao Sporting CP. “Fez o grupo crescer passar por essas dificuldades, temos passado algumas dificuldades esta época, mas também as temos ultrapassado, o grupo manteve-se muito unido, então gostaria de chamar todos os adeptos para a sequência das finais em Lisboa. Vai ser muito importante para nós. Temos dois títulos no início da época e queremos o título nacional que é tão importante para todos, é um sonho que perseguimos há algum tempo e estamos a trabalhar muito forte”.

O jogador brasileiro do Sporting CP fez ainda questão de deixar “força à família de Aurélio Pereira”, num tributo ao Senhor Formação.