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Foto João Pedro Morais

Rui Borges: "Queremos defender o que é nosso"

Por Sporting CP
17 Out, 2025

Sporting estreia-se este sábado, na Taça de Portugal, em casa do FC Paços de Ferreira, a partir das 20h15

A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal volta este sábado à competição, com o jogo frente ao FC Paços de Ferreira na capital do móvel, na estreia na presente edição da Taça de Portugal. Os Leões de Rui Borges, detentores do troféu, querem voltar a estar no jogo decisivo, no Estádio Nacional. Rui Borges, treinador da equipa Leonina, fez a antevisão da partida. 

Parte táctica e mentalidade para jogo com o FC Paços Ferreira
“Tem a ver com duas coisas: táctica é estudar o adversário, que dentro daquilo que é o seu passado, tem alguma história, tem uma final da Taça de Portugal, tem duas meias-finais, por isso e por todo o passado que tem tido na I:ª Liga, já disputou pré-eliminatória da UEFA Champions League, por isso o maior respeito que podemos ter pelo adversário é olhar para ele de forma séria, em termos técnicos e tácticos. Depois, em relação à mentalidade, é perceber que vamos defender um título, queremos muito voltar a estar na final do Jamor, que é muito significativo para todos nós, que nos marcou na época passada, por isso a maior motivação que poderemos ter a entrar em campo é ir defender algo que é nosso, que conquistámos com muito esforço, com muita dedicação, e temos de a pôr em práctica novamente para conseguirmos estar numa final da Taça de Portugal outra vez, que é esse o nosso maior desejo”.

Exigência máxima  
“Em relação a culpa própria, isso tem a ver com a nossa própria exigência e jamais será crítica. Tem a ver com a exigência nossa, própria, treinador, jogadores, staff, estrutura. Queremos ganhar, queremos ser melhores. Demonstrámos que fomos os melhores, temos tido um início de época bastante produtivo nesse sentido e demonstrativo daquilo que é a qualidade individual e colectiva da equipa e num jogo menos conseguido, ficámos sentidos, porque não conseguimos ser o Sporting CP que temos sido e isso mexeu connosco e tem de mexer connosco. Trata-se da exigência máxima que nós temos para com nós mesmos no nosso dia-a-dia e que dignifique cada vez mais o individual de cada um, no que são os jogadores, têm de ficar sentidos por não termos sido capazes de ser o Sporting CP que queremos e que temos conseguido ser a maior parte do tempo”.

“Equipa do Sporting CP é a que mais oportunidades cria”
“O sistema é muito subjectivo, no que é o sistema, a grande maioria dos jogadores jogam nas posições onde jogavam, temos a melhor versão do Pote, temos a melhor versão do Trincão, temos Hjumand, Inácio, Quenda, em grande forma. A equipa do Sporting CP nunca produziu tanto em termos ofensivos, é a equipa que mais oportunidades de golo cria, que mais desperdiça também, mas para as desperdiçar tem de as criar, é a segunda equipa que menos deixa criar ao adversário, fomos a primeira, actualmente somos a segunda atrás do FC Porto. Se formos aos números, nem é assunto isso do sistema, de que vocês falam, porque para mim não há sistema. Sistema tem a ver com as dinâmicas que nós lhe damos e o jogo com o SC Braga e a segunda parte com o GD Estoril Praia não teve a ver com o sistema, teve a ver com incapacidade nossa, minha de treinador, porque o maior culpado serei sempre eu e darei sempre a cara pelos jogadores, não fui, se calhar, capaz de explicar da melhor forma ou de anular o SC Baga, que não nos criou grande perigo, teve uma posse sem nos criar grande perigo, metia muita gente na primeira etapa de construção, foi difícil pegar timings de pressão, corremos em demasia, mas em alguns momentos mal. Tem muito a ver com isso, não com sistema, porque a melhor versão da maioria dos jogadores em termos estatísticos responde por si”.

Ruído levantado por Sporting CP ser vencedor
“Estou focado no que podemos fazer na Taça de Portugal, o ruído é imenso, sempre e a toda a hora para com o Sporting CP e em relação a tudo, é sinal de que somos vencedores e que no passado temos ganho bastante, ou mais do que os outros. O meu foco é o jogo da Taça de Portugal, perceber que vamos lutar por um troféu que já está no nosso Museu, desfrutar dele, mas para desfrutar temos de entrar a partir de amanhã numa ‘luta’, digamos, de defender o que conquistámos na época passada. É algo que nos dá muitas memórias a mim pessoalmente também porque é algo que me marcava muito e que queria muito desde sempre, desde que comecei a jogar futebol, porque vim de baixo e percebo bem o significado da Taça de Portugal. Para mim, as memórias são imensas, desde ter os meus pais na bancada, a minha família toda. É isso que me marca na Taça, ela está lá no Museu, com o nome de todos nós, estará sempre e vão olhar para ela nesse sentido, por tudo o que foi a época em si e pela capacidade que tivemos de a conquistar”.  

Renovação de Pedro Gonçalves
“A renovação do Pote tem a ver com a confiança que o Clube tem com ele, a equipa técnica, toda a gente, aumenta também aquilo que é a responsabilidade do Pote, que tem sido um jogador muito importante nas conquistas do Sporting CP nos últimos anos. É o transmitir de um confiança enorme nele, está muito focado em querer ganhar mais, em ambicionar mais, em querer ajudar, alguém que perdeu muitos meses de jogo a época passada, quer voltar à sua melhor forma, está a voltar a ser um jogador importante, quer sentir-se um jogador importante, todos nós sentimos que ele é um jogador importante e a nossa maior ‘luta’ é motivá-lo todos os dias porque é alguém que já ganhou muito e tudo no Sporting CP e temos de o motivar, mantê-lo motivado nessa ambição diária e a renovação também lhe transmite essa motivação, dá-lhe essa motivação da confiança de todos nós na preponderância que ele tem na equipa e no Clube”.

Preparados para FC Paços de Ferreira
“Sporting CP tem de estar preparado. Os jogadores foram chegando aos poucos [das Selecções], ter algum cuidado com sobrecarga de minutos em alguns jogadores, mas estamos preparados. A nossa maior motivação é entrarmos numa competição em que vamos defender algo que é nosso e que queremos que continue a ser nosso, por isso essa e a nossa maior motivação, independentemente do adversário, de um adversário que vai estar super-motivado por defrontar o campeão nacional e detentor da Taça de Portugal, perante os seus adeptos, mas acredito, também, que estaremos apoiados por muitos adeptos Sportinguistas e que nos farão novamente sentir em casa, que é o que tem acontecido também nos jogos fora e não tenho dúvidas de que aconteça amanhã, também”.

Méritos próprios
“Sporting CP ganhou a Taça porque fomos melhores, tão simples quanto isso e a merecemos, está lá no Museu, é nossa, com 101 por cento de mérito, por tudo o que os rapazes foram capazes ao longo do tempo, todas as contrariedades que fomos tendo, estar focados e ambiciosos naquilo que era a conquista e no último minuto conseguimos virar a eliminatória. Deve ter visto no documentário o Presidente dizer o porquê do Rui Borges ter voltado atrás na estrutura. Está lá, dito pelo Presidente. Mudei a estrutura na época passada, claro que falo com os jogadores, mas nunca os jogadores me vieram pedir para mudar estrutura nenhuma. Não pediram. Apenas e só porque não tinha médios, não tinha qualquer médio para jogar e numa estrutura de 4x3x3 precisava de três médios e eu nem um tinha, quanto mais três e tive de me adaptar aquilo que tínhamos e tive de desfrutar do Zeno [Debast] a médio, de repente virou um médio de luxo, em alguns momentos perguntam-me porque é que ele não joga a médio, é um jogador extraordinário nas duas posições [central e médio]. Apenas e só por circunstância. Não tinha médios e tive de me adaptar ao que tinha, aos jogadores que tinha, a cada semana mudavam, por isso o que me enaltece é termos sido campeões com muitas dificuldades, com muitos miúdos a jogar, de jogo para jogo. Jogámos sem Morten [Hjulmand], sem Viktor [Gyokeres] sem Geny, sem Pote durante meses, fomos campeões com o Pote a jogar a 50 por cento nas últimas jornadas. Perdemos tantos jogadores, sem Inácio na fase inicial quando cheguei, inúmeros lesionados, o que me levou a adaptar-me ao que tínhamos e a procurar soluções, porque não tínhamos para esse sistema, quanto mais para o meu, para esse que falam que eu mudei. Tudo o que é estatística, tudo o que é rendimento de jogadores, fala por si”.

Alisson a crescer e Dimonande mais preparado para o jogo  
“Vou começar com o Alisson. Oportunidade não tem a ver com a Taça de Portugal, mas com o momento dele e crescimento dele. Tem demonstrado esse crescimento, tem ouvido, tem entendido melhor o contexto em que está, a exigência em que está. Ele tem tido esse crescimento e tem sido importante nestes momentos em que tem entrado. Nesse crescimento, ele tem lutado por mais oportunidades, por mais minutos e não quer dizer que seja só por ser Taça. Ele tem lutado por isso, a oportunidade tem a ver com o crescimento dele e não com a competição em si. É um miúdo que tem crescido imenso, acreditamos que no futuro será jogador muito importante e que terá um futuro muito risonho, pelas qualidades individuais dele, também.  

Dimoande está mais preparado para aquilo que é o jogo, foi importante não ter ido à Selecção porque precisamos de dar-lhe esse estímulo e, sim, está mais capaz de dar resposta, está mais capaz de poder ser titular, o que não aconteceu nos últimos jogos porque não tinha essa capacidade ainda. É um jogador importante por tudo o que nos dá em termos físicos e ele diferencia-se nessa característica de duelos, de competitividade física, por isso é um jogador importante e felizmente temo-lo de volta”.  

Ambição é sentimento unânime
“A ambição do Clube é a nossa ambição, a do Presidente é a nossa. Estamos todos no mesmo barco, no mesmo caminho, a ambição é enorme e o termos ganho, não podemos deixar o grupo entrar no comodismo de já termos ganho, porque é um grupo que já vem de há alguns anos e que não ganhou só nesta última época, já ganhou nas épocas transactas e temos de lutar. Essa e a maior dificuldade num grupo de muita qualidade, é não deixar entrar o comodismo de vitórias, de já ganharam tudo e isso temos de criar todos os dias, essa ambição tem de lá estar e não nos podemos cansar de ganhar.  Essa é a maior luta que podemos ter é, diariamente, essa exigência para com nós próprios, eu comigo próprio, eles com eles próprios e nós a puxarmos uns pelos outros, eles a puxarem por nós também, tudo o que envolve a estrutura. Isso é que faz parte da exigência e do ADN do Sporting CP, é querer ganhar. É manter toda a gente ‘ligada’, não se podem cansar de ganhar, temos muita coisa para ganhar ainda, algo difícil que é o Tricampeonato Nacional e algo que vai marcar a história deles. De todos nós. Se formos Tricampeões e vamos fazer tudo para sermos, vai marcar a história do Clube, daqui a 30 anos vão falar deles terem sido Tricampeões Nacionais. A parte mais difícil para treinadores, às vezes mais do que o táctico ou o técnico é mantê-los ligados a toda a hora a esta ambição de querer mais e mais. Temos de ir atrás de mais, não podemos desligar do querer mais e do ganhar mais. Temos de pensar que ganhámos pouco ainda, que temos de ganhar mais, ainda mais à frente e essa é a maior luta, se calhar para nós treinadores, é mantê-los ‘vivos’ e essa exigência que o Presidente disse e bem, de não chegar, queremos mais, queremos sempre mais. Essas palavras são naturais, porque também nos ajudam diariamente”.

Boletim clínico
“Estão o Nuno [Santos] e o Dani [Bragança]. Estão nas suas recuperações. Gonçalo Inácio veio com ligeiro toque, nada de extraordinário. São as duas baixas que temos, infelizmente. São dois jogadores [Nuno Santos e Daniel Bragança] que estão com lesões há mais tempo, por isso digo infelizmente. Quero muito que eles voltem, são dois jogadores que têm de servir de exemplo para todos nós, não só para os colegas, mas para nós, treinadores, toda a estrutura porque são muito resilientes em termos do que tem sido a carreira e lesões graves, são um verdadeiro exemplo diário naquilo que é sorrir, a ambição de voltar, de ajudar e de querer ganhar”.