Sporting CP perde final da Supertaça Ibérica
31 Ago, 2025
Leões lutaram de igual para igual com o FC Barcelona (35-34), numa final decidida na marca dos sete metros
A equipa de andebol do Sporting Clube de Portugal perdeu este domingo a Supertaça Ibérica frente ao FC Barcelona (31-31, 35-34 após desempate nos sete metros), numa final disputada até ao último segundo e decidida nos detalhes. Os Leões de Ricardo Costa estiveram muito perto de escrever mais uma página dourada, mas deixaram em quadra a certeza de que a história continuará a ser construída.
No Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos, o duelo entre duas das maiores potências de andebol da Península arrancou com o equilíbrio esperado, a liderança a alternar constantemente de mãos. O FC Barcelona inaugurou o marcador, o Sporting CP reagiu de imediato e adiantou-se, mas os espanhóis responderam logo depois (3-2).
Com apenas quatro minutos decorridos, os comandados de Ricardo Costa retomaram a dianteira (4-3), fruto de duas recuperações fulgurantes a meio-campo que se transformaram em contra-ataques letais. Perante bancadas muito bem compostas, o encontro manteve-se vibrante e intenso, jogado ao mais alto nível desde o apito inicial.
Aos oito minutos, André Kristensen brilhou ao segurar o empate a seis, e, logo depois, foi Emil Nielsen, guardião blaugrana, a impedir Carlos Álvarez de desatar o nó. Seria, no entanto, o próprio Álvarez a fazê-lo instantes depois, antes de Salvador Salvador ampliar a diferença para dois golos pela primeira vez no encontro (6-8).
Com 14 minutos jogados, o FC Barcelona anulara já a vantagem verde e branca, muito graças a uma nova série de defesas de Emil Nielsen, intransponível na baliza uma vez mais (8-8). Nos segundos seguintes, os catalães voltaram mesmo a estar na frente (9-8), mas Orri Thorkelsson restabeleceu a igualdade de imediato e André Kristensen também voltou a agigantar-se. Uma boa defesa do norueguês num livre de sete metros manteve o marcador empatado.
Assim, com 20 minutos disputados a um ritmo altíssimo, nenhuma das equipas tinha ainda conseguido ‘descolar’ (10-10). Foi então que Francisco Costa e Carlos Álvarez, aproveitando uma superioridade numérica após exclusão, colocaram novamente o Sporting CP com dois golos de vantagem (10-12).
Mais seguros neste período do encontro, os Leões aumentaram a diferença para três aos 25 minutos (10-13), obrigando o técnico do FC Barcelona a pedir um time-out de forma a tentar travar o ímpeto verde e branco. Jogada cá, jogada lá, e apesar de alguns erros de parte a parte, o intervalo chegou com um 13-15 no placard, após André Kristensen defender com o pé um remate no último segundo do primeiro tempo.
Uma vantagem preciosa para o conjunto de Ricardo Costa, que Emil Berlin voltou a ampliar para três logo nos primeiros instantes após o regresso dos balneários. Os Leões reentraram em campo com a pontaria afinada, mas o FC Barcelona também surgiu determinado e, durante largas jogadas, nenhuma equipa desperdiçou os seus ataques (16-19).
Aos 35 minutos, André Kristensen desviou um remate potentíssimo e deu o mote para dois minutos de seca ofensiva, até que Thimothey N’Guessan quebrou o impasse e fixou o 17-19. O jogo ganhou contornos mais físicos e, de seguida, os catalães reduziram de sete metros antes de se lançarem para uma recuperação fulgurante: cinco golos em apenas três minutos e nova liderança, a primeira desde os 15 minutos (23-21).
Sempre muito interventivo no banco, Ricardo Costa pediu time-out e o Sporting CP respondeu de imediato. Na retoma, Martim Costa fez o 23-22, Mohamed Aly entrou para segurar a baliza com uma defesa decisiva e, pouco depois, uma combinação perfeita entre Diogo Branquinho e Francisco Costa devolveu o empate (23-23).
Com o cronómetro a avançar, ficou claro que o título seria decidido no detalhe, pela equipa que errasse menos. A meio da segunda parte, com o marcador em 24-23, Emil Nielsen travou Martim Costa e o FC Barcelona voltou a ganhar dois golos de almofada. Mas Diogo Branquinho reduziu, e logo a seguir a bola ainda explodiu na trave da baliza agora defendida pelo guardião egípcio. O Sporting CP aproveitou a deixa e restabeleceu a igualdade aos 48 minutos, através de Victor Romero (25-25).
Foi a vez de o técnico do FC Barcelona intervir, pedindo novo time-out. Mas o minuto 48 ficou marcado pela expulsão de Mamadou Gassama, punido por rasteirar um adversário. A exclusão do ponta espanhol não abalou os Leões, que, mesmo em inferioridade, mantiveram a igualdade no marcador (27-27).
Já em igualdade numérica, Salvador Salvador recuperou uma bola crucial e lançou Carlos Álvarez para o 27-28, aos 51 minutos. Mohamed Aly voltou a brilhar na baliza verde e branca, travando duas tentativas catalãs, enquanto Diogo Branquinho continuava a aparecer letal na ponta esquerda.
Com 55 minutos jogados e o marcador em 29-29, Christian Moga recebeu ordem de exclusão e Viktor Hallgrimsson apareceu em alto nível na baliza blaugrana, mas do outro lado a trave também ajudou Mohamed Aly a segurar o empate.
Ainda em desvantagem numérica, Martim Costa colocou novamente o Sporting CP na frente (29-30, aos 57’). O Pavilhão fervilhava, a incerteza crescia e os Leões, sem baixar os olhos, responderam com a mesma intensidade do gigante espanhol. Já perto dos 28 minutos, uma nova recuperação defensiva permitiu a Francisco Costa assinar o 29-31, coroando a entrega da equipa e uma muralha defensiva incansável.
À entrada do último minuto, o marcador registava um 30-31 histórico, com o FC Barcelona a controlar a posse. A 20 segundos do fim, porém, os catalães conseguiram empatar e forçaram Ricardo Costa a reunir de imediato os seus jogadores para preparar o derradeiro ataque. No último lance, a decisão da equipa de arbitragem, favorável ao FC Barcelona, empurrou o desfecho da final da edição de 2025 da Supertaça Ibérica para a marca de sete metros.
Na lotaria, o FC Barcelona foi mais eficaz, fechando o marcador em 35-34. Um desfecho cruel para um Sporting CP que lutou de igual para igual e deixou em Matosinhos uma prestação memorável.
Sporting CP: Emil Berlin, Carlos Álvarez, Francisco Costa, Natán Suárez, Jan Gurri, Pedro Martínez, Salvador Salvador [C], Orri Thorkelsson, Mamadou Gassama, André Kristensen [GR], Diogo Branquinho, Filipe Monteiro, Christian Moga, Martim Costa, Mohamed Aly [GR]e Victor Romero.