Se o Sporting Clube de Portugal tem uma história marcante pelo que representa desportivamente, três factos ocorreram na semana que antecedeu a publicação desta edição do Jornal Sporting que mostram que somos também, e inequivocamente, um Clube que está muito acima do desporto, sendo igualmente uma instituição com um enorme peso no plano social, como o comprova a inúmera defesa de causas que tanto nos dignificam. 
E nestes factos, dois deles são apaixonantes pela diferença, e o terceiro pelo reconhecimento e pela gratidão, cujos momentos têm sido ao longo de décadas apanágio da família Leonina. 

O primeiro tem a ver com a atribuição, pela Liga Portugal, do prémio de 'Melhor Roupeiro' ao Paulo Gama, o nosso Paulinho. Um troféu que enobrece aquele menino de ontem que os estímulos sentidos pelo nosso Clube o faziam passear pelas ruas de Lisboa com um enorme leão de peluche,  mas também o Sporting CP, que acolheu no seu seio alguém que passou a ter em Alvalade e no Sporting CP a família que nunca teve. Os anos passaram e o Paulinho hoje é um homem feliz e grato a quem o ajudou. Que tem um amigo em cada jogador, treinador ou dirigente que com ele conviveram. Que os Associados e simpatizantes o idolatram e respeitam. Um binómio fantástico, este. O Sporting CP e o Paulinho confundem-se. Como aqui escrevi sobre ele em 2020, com o título: "Um amor interminável". E que amor. 

O segundo aconteceu no jogo de futebol do passado sábado, e foi ainda mais importante do que a vitória categórica conseguida ante o CD Santa Clara. Quando os jogadores, ao entrarem em campo, o fizeram acompanhados por jovens com deficiência física e intelectual. Facto que tanto enobrece a nossa instituição por ter protagonizado esta iniciativa. O Sporting CP tem este papel, esta componente que o diferencia. O futebol é, e será sempre muito mais do que um jogo. O nosso clube tem, ao longo dos tempos, tido uma componente social fantástica, e que tão feliz fez estas crianças. Não sei se seriam todos Sportinguistas. Mas seguramente que a partir deste momento, verdadeiramente único para eles, ficarão com o símbolo do Leão no seu coração. 

Para o fim, fica mais um momento fantástico, e que marcará de forma indelével e para sempre Luís Neto. Regressado aos relvados após longo interregno, foi recebido em apoteose por um estádio em pé na sua entrada em campo, quando substituiu Matheus Reis aos 69 minutos. Um momento que o poveiro jamais esquecerá e a prova provada de que os Sportinguistas sabem ser gratos e reconhecer a quem tanto o merece. Um Leão de têmpera, raça e um profissional de mão cheia. Que superou as contrariedades lutando muito pelo regresso. E como foi comovente este regresso. De uma coisa tenho a mais profunda convicção. Não sei se o profissional Luís Neto era Sportinguista quando chegou ao Clube. Mas seguramente que quando chegar a hora da saída ficará a ser mais um dos nossos para todo o sempre... um Leão como nós.

PS: Ninguém ganha sempre. Desta feita caiu para o rival. Porque o futsal a isso nos habituou, e como ainda existem competições importantes para ganhar, nós acreditamos em vocês.