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Empate penalizador chegou no fim

Por Sporting CP
05 Out, 2025

Sporting CP empatou na recepção ao SC Braga (1-1)

A equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal empatou este domingo com o SC Braga por 1-1. Num final de tarde dedicado à sensibilização para a luta contra o cancro da mama, os Leões, envergando o novo equipamento branco e cor-de-rosa, adiantaram-se cedo no marcador, mas nunca conseguiram impor o seu jogo, acabando por ceder a igualdade nos minutos finais.

Ainda antes do apito inicial, destacava-se nas bancadas uma única cadeira cor-de-rosa, vazia; homenagem a todas as mulheres que, ao longo da vida, enfrentam tão terrível doença. “Com prevenção, podemos virar o jogo contra o cancro da mama”, lembrou o speaker pelos altifalantes do Estádio José Alvalade, sublinhando a importância de tudo fazer para evitar que esse simbólico lugar fique permanentemente vazio.

A força da mensagem não se perdeu aí. Segundos antes do arranque, o árbitro desenhou no ar não o habitual quadrado do videocheck (VAR), mas um laço. Um gesto simples, mas pleno de significado: um lembrete mais de que o pink check, o autoexame, pode ser o verdadeiro golo de uma vida, aquele que chega a tempo de mudar o resultado.

No futebol, a mais importante de todas as coisas menos importantes, Rui Borges manteve o onze inicial do último confronto na prova, frente ao GD Estoril Praia. E logo aos três minutos os Leões já criavam perigo. Pela esquerda, Maxi Araújo combinou com Francisco Trincão e o camisola 17 serviu Geovany Quenda. O jovem extremo puxou de fora para dentro e disparou uma autêntica bomba da quina da área, obrigando Lukas Hornicek à primeira grande defesa da partida.

Mais dominante neste arranque, o Sporting CP assumiu a posse, apostando na velocidade pelos corredores e nas trocas rápidas de posição para tentar surpreender a defensiva arsenalista. Ainda assim, o SC Braga não concedeu muitos espaços e o jogo, apesar de se jogar perto das áreas, desenrolou-se sem lances de verdadeiro perigo.

Até aos 19 minutos. Pedro Gonçalves recebeu a bola na esquerda, junto à linha de meio-campo, e arrancou por ali fora, deixando para trás Gustaf Lagerbielke. Já dentro da área, o médio serviu Luis Suárez, que rematou para inaugurar o marcador. Na celebração do seu sexto golo na competição, o colombiano ‘vestiu’ a causa e fez um gesto simbólico, sublinhando também ele a importância da palpação na prevenção do cancro da mama.

Embalado pela explosão de alegria em Alvalade, o Sporting CP podia ter aumentado a vantagem pouco depois, num contra-ataque rapidíssimo que a defesa bracarense conseguiu travar no limite. Do outro lado, João Moutinho respondeu com um remate de meia distância, mas sem incomodar Rui Silva.

Mais atrevidos nesta fase, os minhotos reagiram bem ao golo sofrido, mas pecaram no último passe e não voltaram a criar oportunidades dignas de registo. O Sporting CP, por seu lado, apenas ameaçou Luka Hornicek já na compensação, quando Pedro Gonçalves não conseguiu finalizar da melhor forma uma excelente jogada colectiva. Ao intervalo, valia assim o tento solitário de Luis Suárez, epítome de uma enorme eficácia que tanta falta faria depois aos Leões. 

No regresso dos balneários, o SC Braga surgiu mais agressivo, determinado em inverter o rumo do marcador. Logo aos 47 minutos, Vítor Carvalho ameaçou a baliza de Rui Silva após um livre cobrado por Leonardo Lelo, num aviso claro das intenções minhotas. O Sporting CP respondeu de imediato, com um cabeceamento de Georgios Vagiannidis a sair ligeiramente ao lado, mas o ascendente pertencia, nesta fase, aos bracarenses.

Incansável na frente de ataque minhota, Leonardo Lelo assumia o comando das investidas ofensivas e, aos 54 minutos, apareceu livre na pequena área, obrigando Rui Silva a assinar uma defesa monumental, daquelas que valem golos.

Dois minutos depois, Hidemasa Morita surgiu em posição privilegiada para o 2-0, mas o remate do japonês não levou a direcção desejada. O SC Braga voltou à carga por intermédio de Rodrigo Zalazar e a ansiedade em Alvalade tornou-se palpável. 

Tentando contrariar o ascendente adversário, Rui Borges reagiu aos 64 minutos, lançando Alisson Santos e Giorgi Kochorashvili. As alterações tiveram efeito imediato: o georgiano trouxe energia e, aos 67', apareceu na ressaca de uma bola perdida para armar o remate, mas o lance acabou por morrer no emaranhado defensivo arsenalista.

A vinte minutos do fim, com o resultado completamente em aberto, jogava-se em alta rotação nas duas áreas. Nesta fase, Rui Silva voltou a ser decisivo, desviando com dificuldade um fortíssimo disparo de Rodrigo Zalazar, de fora da área, e mantendo viva a vantagem mínima.

Aos 74 minutos, o treinador Leonino voltou a mexer, desta vez no ataque, chamando Fotis Ioannidis a jogo. O Sporting CP tentava segurar a bola e recuperar o domínio territorial, com Giorgi Kochorashvili cada vez mais interventivo, mas o SC Braga manteve o bloco coeso e reduziu ao mínimo os espaços de finalização.

Pouco depois, aos 78 minutos, Alisson Santos arrancou pela esquerda, deixou um adversário para trás e arriscou o remate de muito longe. O pontapé saiu forte e traiçoeiro, passando a centímetros do alvo e arrancando um enorme ‘bruá’ dos 46.331 adeptos presentes em Alvalade. O Sporting CP voltava a parecer dono do jogo, reagindo com maturidade ao período de maior pressão dos minhotos e procurando o golo da tranquilidade.

Esse golo podia ter chegado aos 82 minutos: Fotis Ioannidis surgiu isolado após uma boa jogada de Alisson Santos pela esquerda, mas não chegou a tempo de fuzilar a baliza de Luka Hornicek. Com o jogo a caminhar para o fim, Rui Borges procurou dar novo fôlego à equipa, lançando Iván Fresneda e Geny Catamo. O lateral espanhol ainda protagonizou uma boa arrancada pela direita, mas o cruzamento saiu direitinho para as mãos do guarda-redes bracarense.

E, como dita a sabedoria popular, golo adiado, castigo anunciado. Foi um Leão perdulário aquele que, mesmo sem total domínio do jogo, chegou aos 90 minutos com um resultado curto face às oportunidades criadas. Bastou um instante de desconcentração: já em tempo de compensação, aos 90+2 minutos, os visitantes conquistaram um livre lateral pela direita e Bright Arrey-Mbi, após alguma confusão na área, atirou à baliza. Rui Silva ainda desviou, mas, após revisão do lance, a equipa de arbitragem entendeu que Morten Hjulmand cometera falta sobre Gustaf Lagerbielke antes do remate, assinalando grande penalidade.

Na conversão, Rodrigo Zalazar mostrou frieza e não deu hipóteses a Rui Silva, restabelecendo a igualdade. O Sporting CP ainda tentou o tudo por tudo nos instantes finais, mas sem sucesso: Alisson Santos, sozinho no coração da área, rematou por cima, e Fotis Ioannidis, no último lance do encontro, cabeceou para as mãos de Hornicek. Dois lances que ilustram na perfeição a falta de eficácia verde e branca e que explicam um empate justo na forma, mas, para os Leões, algo cruel no desfecho.

Sporting CP: Rui Silva [GR], Hidemasa Morita (Giorgi Kochorashvili, 64’), Zeno Debast, Geovany Quenda (Geny Catamo, 90’), Pedro Gonçalves, Giorgios Vagiannidis (Iván Fresneda, 90’), Francisco Trincão (Alisson Santos, 64’), Maxi Araújo, Gonçalo Inácio, Morten Hjulmand e Luis Suárez (Fotis Ioannidis, 73’). Treinador: Rui Borges. Disciplina: cartão amarelo para Maxi Araújo (39’) e Luis Suárez (45’).