Diogo Peyroteo e Tomás Bretão são orientados por José “Icemen” Carlos

A equipa de esports do Sporting Clube de Portugal está pronta para iniciar a nova época desportiva, com José "Icemen" Carlos novamente no comando e com os jogadores Tomás Bretão e Diogo Peyroteo como principais representantes Leoninos nas competições nacionais e internacionais da modalidade.

A preparação, explica o treinador, é cada vez mais exigente e profissional, com o mesmo rigor competitivo que marca a identidade do Clube. "A preparação é feita durante a semana, olhando para o desenvolvimento do jogo, os patches, as actualizações, e tentando complementar isso com a forma como cada jogador se sente confortável. Procuramos sempre um equilíbrio ofensivo e defensivo", contou "Icemen" aos meios de comunicação do Clube, na apresentação para a nova temporada.

O técnico, que já está no universo competitivo dos esports há cerca de uma década, sublinha que o desenvolvimento mental dos atletas é hoje um factor crucial.

"Jogar, eles sabem. Mas o nível psicológico é das coisas mais importantes. Se não tiverem o mindset certo, não vão conseguir chegar às fases finais, às decisões", explicou ainda.

Dois circuitos nacionais e várias provas internacionais

No panorama competitivo, "Icemen" explica que, a nível nacional, "temos dois circuitos. O da eLiga, que é o campeonato nacional e engloba a Taça da Liga, e depois o circuito da Federação Portuguesa, com competições como a FPF Christmas Challenge, o Masters e a grande final de um para um". Já a nível internacional, há qualificadores, fases mensais pontuáveis, UEFA Champions League e o Campeonato do Mundo, "a prova mais importante e onde queremos marcar presença". 

Este fim-de-semana, a equipa entra em prova na FPF Christmas Challenge e o treinador não hesita ao olhar para o objectivo imediato. "A primeira meta é passar à fase de grupos, é sempre o primeiro objectivo. Depois, na fase a eliminar, vamos para ganhar. Quando estamos no mata-mata, sabemos que é 50-50, nem sempre controlamos tudo no jogo, mas estamos bem preparados e temos capacidade para vencer a prova", disse.

O treinador é claro, também, quanto ao objectivo desta época. "Estamos num Clube que tem essa identidade: ganhar. Sabemos que é difícil, mas queremos conquistar bastantes títulos", apontou.

Tomás Bretão: jogador e criador de conteúdo

O açoriano Tomás Bretão, que cresceu na Ilha Terceira entre os campos de futebol e a consola, reforça a dupla dimensão que hoje assume no Sporting CP: atleta competitivo e criador de conteúdo digital. "Desde os meus cinco anos que pratico futebol. O amor pelo jogo vem daí, e a paixão pelos esports surgiu naturalmente na evolução do jogo na Playstation", recorda.

Cada vez mais presente na comunicação digital da secção, Tomás explica o valor dessa tarefa. "Acaba por aproximar as pessoas que desconhecem a modalidade e tem um papel fundamental para que não desapareça. É na criação de conteúdo que as pessoas engajam, acaba por estimular o interesse e faz com que gostem ainda mais do desporto", explicou.

Esse diálogo digital é constante e vivo. "Os Sportinguistas interagem comigo, fazem perguntas, tentam entender aspectos do jogo, querem saber o que muda, que itens valem a pena, e eu tento sempre explicar aquilo que entendo do jogo. Também erro, e sou o primeiro a admitir, mas faço sempre esse papel de amigo e de alguém que quer elevar o nível das aprendizagens".

Do ponto de vista editorial, o conteúdo que cria nasce da própria dinâmica do jogo e do próprio universo digital. "O conteúdo é baseado no que sai a cada dia. Às 18 horas saem sempre novidades e depois fazemos a discussão do que vale ou não vale a pena, analisamos os jogadores lançados e o debate é sempre interactivo nas transmissões". Essa abertura, diz, é o que torna o processo não apenas informativo, mas comunitário.

Quanto ao ADN competitivo, Bretão reafirma o alinhamento com a identidade Leonina. "No Sporting CP, o objectivo é sempre vencer. Somos sempre favoritos na nossa cabeça e trabalhamos diariamente com essa mentalidade", rematou.

Diogo Peyroteo: ambição, dedicação e herança

Com vários títulos conquistados em Portugal, Diogo Peyroteo chega a mais uma temporada com ambição reforçada. "Conseguimos honrar o Clube no ano passado ficando em terceiro lugar, mas este ano o objectivo é ganhar. Jogando no Sporting CP, o objectivo tem de ser ganhar todos os torneios", começou por dizer, explicando ainda a exigência diária de um jogador profissional de esports.

"É preciso dedicar muitas horas. Às vezes as pessoas não têm noção, mas quatro, cinco, seis horas por dia, e nas semanas de competição até mais. E depois rever jogos com o treinador, identificar falhas, ajustar e corrigir. O trabalho mental é igualmente essencial", resumiu.

Carregando um apelido histórico, enquanto sobrinho-bisneto de Fernando Peyroteo, reconhece o peso da herança de ser familiar de uma das maiores lendas do futebol português.

"Além de jogar no Sporting CP, que já é uma grande responsabilidade, ser Peyroteo acrescenta ainda outra. As pessoas reparam mais, é normal. Mas gosto de levar isto como uma motivação extra, não como pressão, para dar o meu melhor para este Clube".

E se pudesse explicar este mundo ao próprio Fernando Peyroteo, o mítico goleador Leonino, o que diria? Diogo sorri antes de responder: "Acho que ia ser um bocado difícil explicar-lhe (risos), porque no início também foi difícil explicar à minha mãe que isto não era só jogar Playstation, mas as pessoas vendo as competições e acompanhando percebem que é um desporto a sério, que precisa de dedicação e que não é só uma brincadeira", explicou.

Quanto aos mais jovens que sonham em chegar onde ele está, deixa um conselho simples e honesto: "Nunca forçar. Primeiro tens de gostar do jogo. Divertir-te. O resto vem naturalmente. Temos muitos jogadores que estudam e competem ao mesmo tempo e isso é perfeitamente possível. É, aliás, o que recomendo", atirou.

Com um treinador experiente, dois atletas motivados e um plano competitivo intenso, a secção de e-sports do Sporting CP entra em 2025/2026 com ambição declarada: vencer, elevar o nome do Clube no panorama digital competitivo e trazer os adeptos para mais perto desta modalidade.

"Honestamente, acho que o adepto tem de ir aos torneios presenciais para sentir mesmo o que é o e-sports. Ver através do computador de casa é giro, mas eu acho que tem mesmo de ir a um torneio presencial para sentir a energia, que é completamente diferente", atirou Peyroteo, a fechar, num convite para os Sportinguistas.