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Futsal

Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 6

Por Sporting CP
08 maio, 2023

A última página e um final diferente por escrever

Os mais vencedores também perdem. O desporto pode ser cruel e, este domingo, o futsal voltou a sê-lo com a equipa do Sporting Clube de Portugal. Mesmo fazendo bem as coisas, neste caso, dentro da quadra, e merecendo mais do que realmente se teve, às vezes, parece que nada é suficiente e isso só torna o sabor da derrota ainda mais amargo.

A intensidade máxima desde o primeiro segundo, o ambiente ensurdecedor no Velòdrom Iles Balears, a pressão inicial do AE Palma Futsal, as defesas sucessivas de Guitta e Luan Muller e o golo feliz de Mario Rivillos. A reacção de Leão, um Sporting CP em crescendo, a superioridade na segunda parte, um apoio incansável nas bancadas, uma equipa que veste a listada verde e branca como se da própria pele se tratasse, o calcanhar e o festejo efusivo de Zicky, o pontapé certeiro de Anton Sokolov dois minutos depois. Os gritos de golo, a reviravolta a cinco minutos do fim. Não, a reviravolta, não. A anulação do golo, o mesmo foco e serenidade dos Leões, as tentativas sem fim, mais defesas de Guitta e Luan. O prolongamento, num ápice, e os fatídicos penáltis. Do sofrimento à tristeza, a crueldade. O sentimento de injustiça e a frustração ainda na quadra, o silêncio no regresso. Como flashes, estas imagens vão-se repetindo, mas nada apaga o que ficou para trás deste desfecho inglório.

A calmaria da manhã antes da tempestade à noite.

O treino da manhã no dia e no palco da final: o tempo de preparação entre um jogo e o outro foi pouco, mas há pequenos ajustes a fazer. A equipa técnica apresenta o plano e os jogadores não só procuram aplicá-lo, como também têm abertura para contribuir e propor a partir da sua visão desde dentro das quatro linhas.

Ao sexto dia de concentração em Palma de Maiorca, ainda há talentos por descobrir, como é exemplo a arte no desenho do fisioterapeuta Luís Ribeiro, que foi corporalizando a ambição Leonina através da imagem certamente presente na mente de toda a comitiva Leonina.

Já no regresso, pela primeira vez durante estes dias, chovia e conjecturava-se, supersticiosamente, se esse seria um bom sinal para logo. E para lá chegar, no entanto, parece que o tempo não avança como dantes.

Entretanto, Carlos Alves, técnico de equipamentos, faz também a sua parte para que esteja tudo a postos e “durante uma horita”, apontou, foi preparando a ‘pele’ do Leão na sua rouparia improvisada no hotel. Antes da partida rumo à final, a equipa técnica de Nuno Dias deu a sua última palestra e, lá fora, já eram bem audíveis os cânticos Sportinguistas à entrada do hotel.

Já num Velòdrom Iles Balears cheio com mais de cinco mil pessoas, acabou por ser o sonho do anfitrião e estreante AE Palma Futsal a concretizar-se. Por sua vez, os Leões, tal como no ano passado em Riga, tiveram de ficar a assistir à festa, deixando nesta última página um final diferente por escrever.

Palma de Maiorca faz parte, a partir de hoje, da lista onde estão Riga (2022), Saragoça (2018) e Almaty (2011 e 2017). Más memórias, mas que não são para esquecer, porque “perder finais também dá calo”, como realçou o capitão João Matos na flash à Sporting TV após a final de hoje. Do outro lado, Almaty (2019) e Zadar (2021) continuam a ser as provas de que há um sonho insaciável e que vale a pena continuar a perseguir. Uma e outra vez, caindo e levantando.

São, no total, sete finais onde o Sporting CP marcou presença para discutir o desejado troféu da UEFA Futsal Champions League, e seis delas nos últimos sete anos. Os Leões de Nuno Dias têm-no feito parecer fácil, mas não é. Depois, esta transformação do extraordinário em rotina também tem o outro lado: não se consegue deixar de querer sempre mais. E essa é, talvez, a definição perfeita desta insaciável equipa do Sporting CP.

Ora, se depois desta desilusão há uma equipa capaz de se reerguer de novo é, certamente, esta, que caiu tantas vezes e de forma tão dura até conquistar o primeiro título europeu. E repetiu a dose, de sofrimento e de glória, para levantar também a segunda.

Termina-se aqui este diário, mas certamente que para lá deste ponto final haverá já outra página à espreita. É só virá-la. "O Sporting CP já se afirmou como uma das melhores - para mim, a melhor - equipas da Europa constantemente nestes palcos e certamente vamos estar aqui para o ano", disse ainda João Matos. Palavra de capitão.

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

Foto Ivo Martins

Nuno Dias: "Os meus jogadores estão de parabéns"

Por Sporting CP
08 maio, 2023

Treinador destacou desempenho Leonino apesar da derrota na final

Terminada a final da UEFA Futsal Champions League, onde os Leões acabaram por cair no desempate por penáltis por 5-3, depois do 1-1 no marcador ter prevalecido durante o tempo regulamentar e o prolongamento, o técnico Nuno Dias esteve em conferência de imprensa para analisar o encontro.

"Vi um jogo equilibrado, intenso, emotivo. Parece-me que nos primeiros dez minutos o AE Palma Futsal foi melhor. Foram intensos, não conseguimos ligar o jogo e acho que esses minutos foram de alguma superioridade do adversário. Depois, reagimos, reequilibramos e sofremos um golo em que o Luan ganhou uma série de ressaltos e acabam por fazer o 1-0 numa altura em que já estávamos a reagir. O Sporting CP foi construindo e tendo oportunidades e a segunda parte foi de uma grande superioridade, na minha opinião", começou por considerar em declarações aos jornalistas presentes na sala de imprensa do Velòdrom Iles Balears, antes de continuar a sua análise do segundo tempo.

"Conseguimos chegar ao empate e fazer com que o AE Palma Futsal não jogasse, limitando-se a desfazer-se da bola. Fomos criando situações e por alguma razão o Luan foi o melhor jogador da final, porque, além de ter estado no golo, teve muitas intervenções. Conseguimos passar para a frente e infelizmente o golo não contou. O jogo foi a prolongamento, mantivemos a toada e o AE Palma Futsal com o guarda-redes avançado tentou gerir mais a bola e atacar pela certa. Depois, acabou por ser mais competente nos penáltis", concluiu, deixando os “parabéns” ao emblema de Palma de Maiorca, mas também aos seus jogadores "pela forma como actuou e lutou contra tantas adversidades”. “Infelizmente para nós, não foi suficiente", acrescentou.

Já quando questionado sobre o golo anulado a Anton Sokolov, que daria o 1-2 ao Sporting CP à entrada para os últimos cinco minutos de jogo, Nuno Dias acabaria por fazer uma leitura do lance, considerando-o “legal e que não devia ter sido anulado”.

"Tenho alguma dificuldade em comentar a arbitragem. O lance é decisivo, obviamente, faltavam quatro minutos e tal e passávamos para a frente [do marcador]. Olho para o jogo e se aquele lance é penalizado com falta, todos os nossos pivôs e todos os nossos jogos acabavam com 30 faltas por jogo. Isso não acontece e os árbitros permitem que o Zicky, o Neves e o Sokolov sejam agarrados... E ali houve, parece-me estranho", atirou, falando de seguida da forma como a sua equipa nunca perdeu o foco na partida.

"Mesmo num ambiente adverso, que foi empolgando e ajudando o AE Palma Futsal a ter forças quando não conseguiam ter a bola, isso não nos prejudicou. Os meus jogadores estão de parabéns, não se intimidaram, foram mantendo a serenidade apesar de tudo. Tivemos a cabeça no lugar, fomos jogando e tendo bons despenhos e bons movimentos", reforçou o treinador verde e branco, antes de frisar que faltou também alguma eficácia aos Leões.

"Hoje não finalizamos tão bem. Recordo-me de várias bolas paradas contra o RSC Anderlecht e hoje errámos mais o alvo. A eficácia é sempre o factor que decide quem ganha e quem perde", sentenciou.

Foto Ivo Martins

Miguel Afonso: "Assistimos ao descrédito total da modalidade"

Por Sporting CP
07 maio, 2023

Membro do Conselho Directivo reagiu à final

Antes da conferência de imprensa de Nuno Dias no seguimento da final da UEFA Futsal Champions League, Miguel Afonso, membro do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, falou aos jornalistas presentes.

"Ontem assistimos ao jantar da UEFA, onde ouvimos um discurso bonito sobre a forma como a UEFA ia apostar, cada vez mais, no futsal pela sua dinâmica e crescimento. Hoje tivemos a final da prova, uma equipa marcou dois golos, outra um, mas afinal não valia nada disso. Bom era ir a prolongamento e decidi-lo nos penáltis", apontou, realçando: "Assistimos ao descrédito total de uma modalidade que a UEFA, afinal de contas, condenou ao desprezo".

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Desfecho cruel na final da UEFA Futsal Champions League

Por Sporting CP
07 maio, 2023

Leões caíram por 5-3 no desempate por penáltis frente ao AE Palma Futsal (1-1 a.p)

A equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal caiu, este domingo à noite, na final da UEFA Futsal Champions League diante do AE Palma Futsal, após ter perdido 5-3 no desempate por pontapés de penálti – 1-1 após prolongamento.

Até lá, num Velòdrom Iles Balears lotado (5280 espectadores), os Leões de Nuno Dias deram tudo num duelo frenético e muito equilibrado, onde só as exibições monstruosas de Guitta e Luan Muller, os dois guardiões, evitaram que o marcador fosse outro. O AE Palma foi o primeiro a marcar, ainda na primeira parte, e Sporting CP reagiu e, não só correu atrás, como chegou com mérito, num espaço de dois minutos, à reviravolta já na recta final do jogo. No entanto, o golo de Anton Sokolov, que se seguiu ao de Zicky Té, seria anulado de forma polémica após revisão das imagens e tudo se decidiria de forma cruel nos penáltis.

Para iniciar o jogo de todas as decisões diante do actual segundo classificado do competitivo campeonato espanhol, Nuno Dias, treinador dos Leões, apostou num cinco composto por Guitta, Erick Mendonça, João Matos, Diego Cavinato e Alex Merlim.

Logo desde o pontapé de saída, o ambiente - ensurdecedor - era digno de uma final nas bancadas e, na quadra, os dois conjuntos começaram com intensidade máxima à procura de replicar as entradas fortes – e decisivas – que impuseram nas respectivas meias-finais. Muita pressão subida de parte a parte, duelos sucessivos e, sobretudo, muita luta - nos primeiros cinco minutos, cada guarda-redes tinha realizado uma defesa.

Depois, através de duas bolas paradas, os Leões duas somaram duas situações desenquadradas, mas perigosas, até que Hugo Neves dispôs da melhor oportunidade, embora sem conseguir bater Luan Muller no cara-a-cara. Já na forte resposta espanhola, Guitta também se impôs somando várias defesas importantes e manter o nulo intacto num jogo em que não havia tempo para respirar.

Para desbloquear o encaixe na quadra, ambas as equipas foram tentando incorporar os seus guarda-redes no ataque. Assim, Guitta ficou perto de marcar e Cavinato também, mas seria o AE Palma Futsal – mais feliz - a inaugurar dessa forma o marcador a seis minutos do intervalo. Luan saiu disparado pelo corredor central e a bola, ressaltada, acabou por sobrar para Mario Rivillos concluir o lance, já com Guitta desposicionado, e fazer o 1-0, que galvanizou ainda mais os barulhentos – e em natural maioria – adeptos maiorquinos.

Ao Sporting CP, que foi chegando de forma frequente à área adversária, foram faltando, sobretudo, mais finalizações na baliza. Até ao intervalo, Hossein Tayebi ficou muito perto de um desvio decisivo para o emblema local e, do outro lado, oportunidades não faltaram principalmente no último minuto. No entanto, quando os Leões conseguiram encontrar espaços na férrea defesa de Mallorca, apareceu Luan para segurar o 1-0, travando remates de João Matos, Cavinato (dois) e Zicky Té.

Muito equilíbrio, acima de tudo, nos primeiros 20 minutos, mas o marcador obrigaria a turma de Alvalade a correr atrás do prejuízo. E a toada do segundo tempo não mudaria muito, com os dois guarda-redes novamente em destaque.

E se Guitta foi mantendo, com três enormes intervenções, a margem mínima, do outro lado Luan - muito ajudado pelo postes – adiava o empate Leonino: Pany Varela e, sobretudo, Cavinato e Pauleta (duas vezes) ficaram realmente perto, mas sem sorte.

Com o tempo a correr contra os Leões, o Sporting CP assumia de forma mais vincada a iniciativa e, defensivamente, os riscos também aumentavam. Num momento de transição foi Cainan a deixar um alerta à baliza verde e branca, mas nada fez desarmar a formação de Nuno Dias, que seria premiada pela insistência.

Depois de Cavinato ter visto Luan a ‘voar’ para o seu remate, a seguir, Zicky esteve no sítio certo e, num lance de improviso na área, de calcanhar, fez (finalmente) balançar as redes com mais de sete minutos por jogar. Nas bancadas era cada vez mais audível o incansável apoio Sportinguista e logo dois minutos depois, Anton Sokolov ateou festejos ainda mais efusivos, mas em vão.

O 1-2 do universal russo seria anulado após utilização do sistema de vídeo, com a equipa de arbitragem a considerar suficiente o agarrão de Sokolov, apesar do critério largo tido até então nos duelos, sobretudo entre pivôs e fixos. Ainda assim, os Leões mantiveram-se por cima nesta recta final, mas nem Guitta, Merlim ou Tomás Paçó conseguiram bater Luan. Pelo meio, contudo, ainda houve tempo para um grande susto: com Guitta fora da baliza, Chaguinha, de chapéu, acertou no poste.

Até ao fim o duelo continuou frenético – o AE Palma Futsal ainda apostou no guarda-redes avançado no último minuto - e só a noite de grande inspiração de ambos os guardiões permitiu que no fim dos 40 minutos regulamentares o marcador fosse um magro 1-1, que levou a final para prolongamento – duas partes de cinco minutos que passaram a voar.

Na primeira, o Sporting CP foi totalmente superior, mas não conseguiu ser eficaz e, já para a segunda, a equipa da casa foi apostando no guarda-redes avançado, mas sem sucesso. Com pouco mais de dois minutos para o fim, o AE Palma Futsal até atingiu as cinco faltas, mas já nada mudaria na final e no resultado.

Tudo se decidiria nos pontapés de penálti e com final feliz para a formação de Palma de Maiorca.  Nuno Dias apostou em Bernardo Paçó na baliza para o desempate, mas o conjunto da casa converteu as cinco tentativas depois de Luan – eleito, depois, o melhor jogador da final four - ter defendido o primeiro, rematado por Pany Varela. Pelo meio, as duas equipas envolveram-se em confrontos e Hugo Neves e Carlos Barrón, capitão adversário, acabaram expulsos.

Desfecho tremendamente inglório e cruel para o Sporting CP, que voltou a cair na final pelo segundo ano consecutivo. Ainda assim, depois de terem dado tudo na quadra, os Sportinguistas presentes no Velòdrom Iles Balears continuaram a cantar pela equipa - e os jogadores agradeceram – já depois do encontro.

Sporting CP: Diogo Santos, Tomás Paçó, Zicky Té, Hugo Neves, Erick Mendonça, João Matos [C], Pauleta, Anton Sokolov, Guitta [GR], Bernardo Paçó [GR], Diego Cavinato, Pany Varela, Alex Merlim e Esteban Guerrero.

Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 5

Por Sporting CP
06 maio, 2023

Final à vista no meio do Mediterrâneo

Depois de ontem se terem juntado os festejos da vitória na meia-final da UEFA Futsal Champions League com o aniversário de Hugo Neves, os Leões seguem embalados nos festejos e, este sábado, foi a vez de Diego Cavinato ser o protagonista - mais um ano (38) para o goleador que não envelhece. E foi assim, com momentos de grande união, que começou - e acabou - o dia na concentração verde e branca em Palma de Maiorca, na véspera da grande final.

Ora, com apenas um dia de intervalo entre um jogo e o outro, a manhã foi preenchida por uma sessão de recuperação na piscina interior do hotel, sob as ordens do adjunto Filipe Rodrigues que dividiu o plantel em dois turnos. E se esta equipa já precisa de pouco para se divertir, na piscina os Leões sentiram-se como peixe na água para criar inúmeros momentos de boa disposição entre exercícios. Depois, muito descanso, acima de tudo, até ao final da tarde.

Até lá, a seguir ao almoço, a comitiva Leonina contou com uma visita especial: Vicente Alves, Tiago Macedo, Pedro Santos e Guilherme Cintra, todos jogadores da equipa sub-19 de futsal do Sporting CP viajaram com o seu treinador, Tiago Varanda, de propósito para assistir in loco à final four, estiveram com alguns jogadores e falaram à Sporting TV e Jornal Sporting.

"É importante virem. Já o tínhamos feito, em Saragoça [final four de 2017/2018], com jogadores que agora estão na equipa principal, como o Zicky e os Paçós, e chegaram a tirar fotografias com jogadores que agora defrontam. Foi bom para verem este tipo de ambientes e ganharem o 'bichinho' e o sonho de um dia estarem aqui", explicou Tiago Varanda, acrescentando: "Já é um sonho estarem aqui só a ver, quanto mais a jogar. Esse deve ser um objectivo que devem ter e estão perto dele. Já estão no Sporting CP, agora é dar o passo seguinte e isso depende deles".

Ao seu lado, os quatro jovens Leões – presenças recorrentes nos treinos de Nuno Dias - não só expressaram todos a sua felicidade por esta oportunidade como, em comum, têm ainda o sonho de um dia também pisar este palco de Leão ao peito.

Por exemplo, Vicente, fixo de 19 anos e no Sporting CP desde 2013, foi um dos jovens que entrou com os jogadores Leoninos na meia-final de 2015 com “12 mil adeptos no Altice Arena”, lembrou. Agora, está em Palma de Maiorca: "O que eu gostei mais foi de ver o Sporting CP a ganhar, por muitos ainda por cima. Entrámos muito bem no jogo, tivemos garra. Dá muita vontade [de jogar neste palco]. Pudemos sentir a atmosfera do pavilhão e imaginar como seria atingir este patamar". Disse o jovem que tem João Matos, “pela sua liderança e raça”, e Erick, “pela forma como sente o Clube”, como principais referências.

Já Tiago Macedo, com apenas 18 anos, sabe bem o que é jogar nesta competição, uma vez que foi opção em dois jogos – e marcou um golo – na Ronda Principal da época passada: "É sempre muito bom fazer parte da equipa. Lembro-me de estar muito nervoso, mas o míster Nuno Dias transmite muita confiança. Sei que tenho de trabalhar muito, não é fácil. Os Paçós e o Zicky tiveram de trabalhar muito".

"Quando soubemos que podíamos vir, nem hesitamos", conta, a seguir, o jovem pivô Pedro Santos. "No pavilhão é sempre diferente de ver na televisão, pelo adeptos, a atmosfera, tudo. É o melhor palco do mundo", disse o Leão de 18 anos, antes de projectar a final: "Acho que vai ser um jogo muito equilibrado e vão ser os pormenores a fazer a diferença. O AE Palma Futsal tem uma grande equipa e joga em casa".

Por fim, Guilherme Cintra, guarda-redes de 17 anos, também não escondeu a sua felicidade. "Está a ser muito bom, era algo que eu queria muito e seria incrível se o Sporting CP ganhasse [o título]", atirou, antes de deixar uma mensagem de apoio à equipa verde e branca: "Força, boa sorte, vamos ser Sporting CP e trazer o caneco para Lisboa!".

É inevitável, as horas vão passando e todos os olhos estão postos no Velòdrom Iles Balears e, claro, no troféu, que estes dias tem estado sempre por perto dos Leões. Entre cá e lá, há todo um Universo Sportinguista a apoiar e, durante o dia de hoje, já Rúben Amorim disse presente também, mostrando o seu apoio e salientando que “toda a Academia acompanha a competição”.

Por cá, nesta ilha no meio do Mediterrâneo, tudo o que acontece ao longo dos dias faz parte de um rigoroso programa a seguir à risca – e já lá vão cinco. São dias feitos de rotinas, mas há sempre umas melhores do que outras, e ter uma final da UEFA Futsal Champions League pela frente encaixa-se, certamente, na primeira categoria. Assim, às 17h45, nova viagem de autocarro rumo ao Velòdrom Iles Balears e treino de preparação para redefinir e testar os ajustes a fazer agora para o AE Palma Futsal. Pelo meio, o treinador Nuno Dias e o capitão João Matos foram os porta-vozes do grupo na conferência de imprensa de antevisão a cerca de 24h de mais uma final – a terceira consecutiva, e com intenção de reescrever a última.

O regresso faz-se pelo mesmo caminho que se tem percorrido vezes sem conta nestes dias e sempre com banda sonora a acompanhar. Hoje, no entanto, com um toque mais popular, além de muito português, como sempre: música pimba e o autocarro virou um mini-arraial de Santos Populares. Embora por aqui, santos, só Diogo, de nome, e, claro, São Guitta.

À chegada ao hotel, ninguém disse que não a assinar uma camisola do adepto Sportinguista ali presente e a música, no fim do jantar, foi outra. Com direito a bolo e a um cântico muito especial - a rever nas redes sociais das modalidades - festejou-se o aniversário de Cavinato. Alegria, coisa que não falta no seio deste grupo.

E é de muitas alegrias na quadra, também, que se faz esta equipa de Nuno Dias: alegrias, vitórias, recordes, títulos. Amanhã, domingo (19h00 de Portugal continental), pode ser mais uma de tantas. Em jogo estará a possibilidade de levantar o terceiro título europeu da História do futsal verde e branco, destacando-se (ainda mais) não só como o emblema nacional mais titulado na competição como passaria ainda a ser a primeira equipa não-espanhola a ter três exemplares desse troféu no seu Museu. Não há duas sem três?

E as finais, como se costuma dizer, não se jogam, ganham-se… “quer se possa ou se não possa”, acrescentaria, como canta Maria José Valério - faria precisamente hoje 90 anos - na sua ‘Marcha do Sporting CP’.

Por agora, acabam-se as palavras, porque só há uma maneira de escrever um final feliz para este diário, e é com uma bola nos pés. Chegou o dia.

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Nuno Dias: "Começar bem é um contágio positivo para todos os intervenientes"

Por Sporting CP
06 maio, 2023

João Matos também lançou a final da UEFA Futsal Champions League

Pela sexta vez nos últimos sete anos, a equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal está na final da UEFA Futsal Champions League, agora em Palma de Maiorca, Espanha.

Na véspera da grande decisão diante do anfitrião AE Palma Futsal, este sábado, Nuno Dias e João Matos, treinador e capitão dos Leões, estiveram em conferência de imprensa para lançar o duelo. Presente, na sala de imprensa do Velòdrom Iles Balears, esteve também o troféu que estará em disputa amanhã, domingo, às 19h00 de Portugal Continental (20h00 locais).

Na mira, o Sporting CP tem o seu terceiro título europeu, depois das conquistas em Almaty (2018/2019) e Zadar (2020/2021). Para isso, terá de superar, na final, uma equipa que participa no competitivo campeonato espanhol e que conta com várias caras conhecidas dos Leões: o guarda-redes Luan (ex-AD Fundão), o pivô Hossein Tayebi e os alas Chaguinha e Mancuso (todos ex-SL Benfica) e ainda Mario Rivillos, internacional espanhol que venceu duas UEFA Futsal Champions League – uma pelo Inter FS, diante dos Leões (2016/2017), e outra pelo FC Barcelona.

Nuno Dias começou por salientar as “muitas dificuldades” que espera frente ao AE Palma Futsal, uma equipa que, admitiu, lhe “agrada ver jogar”, além de reconhecer a “boa relação com o treinador [Antonio Vadillo] e o director [José Tirado]” do emblema local.

"É uma equipa que conheço bem. Identifico-me com muitas situações no jogo, têm momentos que me agradam e de que gosto particularmente. Têm muitas situações estratégicas com qualidade e, acima de tudo, têm uma dinâmica de jogo muito forte: movimenta [a bola] muito bem, depressa, é intensa ofensiva e defensivamente, procura muito espaço entrelinhas e com tabelas. É uma equipa muito móvel, rápida e forte nos vários momentos do jogo”, enumerou, acrescentando: "São muitas as dificuldades que vamos encontrar, além das subidas do Luan, um guarda-redes que conhecemos bem porque jogou na liga portuguesa e está a jogar muito bem".

Por sua vez, o treinador verde e branco abordou as dificuldades sentidas pelo conjunto de Maiorca frente ao SL Benfica, sobretudo, nos momentos de 5x4 defensivo, algo que pretende replicar, atirou: "Analisámos esse momento do jogo e essas dificuldades que o AE Palma Futsal apresentou, sobretudo, quando o Leo subia e no fim do jogo também. Espero não ter de usar o guarda-redes avançado, mas com as subidas dos nossos guarda-redes espero criar essas dificuldades".

Além disso, embora o AE Palma Futsal seja um estreante na final four europeia, terá muito apoio no pavilhão, onde se espera lotação completa nos mais de cinco mil lugares disponíveis. Ainda assim, Nuno Dias enalteceu “a experiência” da sua equipa para minimizar o impacto do factor casa.

"Jogámos em Almaty quando ganhámos a nossa primeira UEFA Futsal Champions League e havia 12.500 pessoas contra nós, dos quais quatro ou cinco portugueses. Também já fomos campeões sem público e, amanhã, espero sê-lo com algum. Os que estiverem que nos ajudem como nos ajudaram ontem", apelou ainda, antes de reiterar que não tinha preferidos entre SL Benfica ou AE Palma Futsal como adversários na final.

"Mantenho o que disse antes: o nosso foco é connosco e com aquilo que temos de fazer. Não temos de preferir ninguém, cada um tinha de fazer por conseguir estar na final, tal como nós fizemos", sublinhou.

"Neste nível, todos os minutos contam. Sabemos que começar bem os jogos é um contágio positivo para todos os intervenientes: para nós, para os jogadores que vão entrar, para o público. Vimos que isso foi positivo para nós [na meia-final] e também sabemos a importância de saltar para a frente, e o AE Palma Futsal também o conseguiu. Isso empolga e acredito que amanhã ambas vão querer ter esse registo e espero que sejamos nós", disse, lançando os dados para a partida, sentenciando: "O mais importante mesmo é estar na frente no fim".

Frente a RSC Anderlecht, João Matos atingiu um novo máximo de jogos na UEFA Futsal Champions League: 75. Embora tenha frisado que se sente “orgulhoso” por chegar a um número que considera “bonito”, o capitão reforçou que o sucesso colectivo é sempre mais importante. "[O número] Demonstra a minha consistência de trabalho, mas é apenas um número, porque depois isso tem de se reflectir em títulos para o Clube", enalteceu, antes de fazer um ponto de situação da equipa a pouco mais de 24h da final.

"O grupo está motivado, confiante e ambicioso", apontou, acrescentando: “Conscientes das dificuldades, mas confiantes nas nossas qualidades”.  “Com uma vontade tremenda de ganhar a terceira UEFA Futsal Champions League, mas conscientes do adversário e do perigo que aí vem. Acreditamos muito no nosso valor e a chave do jogo também passará por aí, através daquilo que podemos dar ao jogo e da forma como podemos anular o AE Palma Futsal", completou.

João Matos considerou também que a maior experiência Leonina – sendo a equipa da modalidade que mais presenças soma em fases finais (dez) – também poderá ser um factor a ter em conta no duelo.

"Dorme-se tranquilamente. Apesar da importância do jogo, é um jogo. De 40 minutos ou 50, mas com uma importância diferente de qualquer outro da época. A experiência ajuda-nos a ter algum ‘calo’ nisto, mas acima de tudo é rever o nosso plano de jogo e acordar com isso bem fresco, porque o foco começou logo quando o jogo do AE Palma Futsal acabou", referiu o camisola nove dos Leões, garantindo que vão estar “preparados”.

“Há pouco tempo para fazer grandes ajustes, mas há pequenos ajustes que vamos fazer. Isto é a beleza deste desporto, é o jogo ‘do gato e do rato’. É a velha frase de que os pormenores fazem a diferença e queremos que sejam os nossos a fazê-la para conquistar a taça”.

Foto Ivo Martins

Diário de Palma de Maiorca - Dia 4

Por Sporting CP
05 maio, 2023

Dia de jogo e o sonho continua

E acção! Finalmente, esta sexta-feira, deu-se o pontapé de saída na final four da UEFA Futsal Champions League e a ‘fome’ dos Leões era tanta que acabou em fartura de golos frente ao RSC Anderlecht, logo nos minutos iniciais da meia-final. Missão cumprida com brio e final à vista – a sexta nos últimos sete anos (!) - mas já lá chegaremos.

Como tem sido regra, o dia começa bem cedo por aqui, no quartel dos Leões do futsal. E começou em grande para o aniversariante Hugo Neves, que teve a sorte de, ainda antes do pequeno-almoço, ser brindado pela equipa a cantar-lhe os parabéns, ao que se seguiu uma ‘chuva’ de calduços ligeiramente menos harmoniosa. "Estão todos a ficar velhos", diz-nos, no elevador, Diogo Santos, do alto dos seus 20 anos – é o mais novo do grupo.

Tomado o pequeno-almoço, Filipe Rodrigues, um dos adjuntos de Nuno Dias, aproxima-se da mesa dos jogadores e informa que a actividade marcada para meio da manhã será: "no corredor dos quartos, sem telemóvel". Hoje é dia de jogo e isso nota-se, com a descontracção mais expansiva dos dias anteriores a transformar-se, cada vez mais, em concentração. Concentração e descanso, acima de tudo, até à entrada em cena no Velòdrom Iles Balears.

E é precisamente esse momento – e respectivo objectivo - que os jogadores são convidados a visualizar durante o exercício promovido por Filipe Rodrigues. Entre alongamentos dos jogadores e palavras de incentivo constantes do técnico, dá-se início à actividade: trabalho de equipa, em pequenos grupos, definição assertiva de estratégias e tomada rápida de decisão são alguns dos factores a activar, porque "na meia-final não há tempo para experiências", como vai repetindo Filipe Rodrigues.

Com o jogo marcado para as 18h00 locais, desta vez o almoço é mais cedo, às 12h00, deixando a tarde para o necessário repouso dos jogadores. O trabalho de preparação, esse, está feito, mas a equipa verde e branca não deixará o hotel sem que Nuno Dias dê um último reforço teórico para o jogo. Além disso, o reforço foi também emocional, porque no fim da palestra os jogadores foram presenteados com um momento especial: cada jogador pôde ver um vídeo enviado pelas suas respectivas famílias, endereçando-lhes uma última força.

Divertido e, sobretudo, emotivo, o vídeo acabava com uma pergunta por responder: “Vamos voltar a escrever História?”. As primeiras palavras dessa resposta, se afirmativa, teriam de ser escritas já hoje – e assim foi, com letras garrafais até, do tamanho da ambição Leonina. Agora sim, está tudo a postos.

À saída do hotel, a comitiva verde e branca foi desde logo recebida por um pequeno grupo de adeptos Sportinguistas, que não faltaram à chamada em Palma de Maiorca. Música não faltou durante a viagem, isso não muda, mesmo quando é “Dia de Jogo”, como entoava a coluna levada religiosamente no autocarro, entre muitas outras músicas alusivas ao Sporting CP que iam entusiasmando os jogadores.

E à chegada ao palco da final four, mais adeptos Leoninos, ora para receber o autocarro, ora já nas imediações do pavilhão: famílias juntas, grupos de amigos de todas as idades, Sportinguistas de vários pontos do país e ainda famílias dos jogadores e staff. E essa presença, depois, fez-se sentir em força nas bancadas e não deixou ninguém indiferente – Erick Mendonça que o diga.

“[As lágrimas no fim do jogo, no momento de comunhão com a bancada] são de um orgulho enorme nesta equipa e, acima de tudo, por olhar para os nossos adeptos e vê-los, independentemente de onde joguemos. Desta vez foi mais perto, mas estão cá sempre connosco e o que fizeram hoje foi mágico. Para pessoas como nós, que sentem isto, acabar o jogo e vê-los a gritar daquela forma por nós… É um orgulho enorme por fazer parte disto”, disse na flash à Sporting TV.

E se apoio não faltou, dentro da quadra os Leões executaram o plano na perfeição: intensidade máxima desde o primeiro segundo, eficácia demolidora no ataque e execuções perfeitas nas bolas paradas. Tudo isto resultou numa goleada instantânea, uma mão cheia de golos sem resposta à passagem do sétimo minuto.

Diz-se que o mais difícil é tornar as coisas fáceis, e foi isso mesmo que o Sporting CP de Nuno Dias fez, deixando uma verdadeira demonstração de força à vista de toda a Europa. Difícil foi, confesso, tentar acompanhar o rácio de golos por minuto com palavras escritas ao mesmo ritmo. Agora, o tempo voa.

No regresso ao hotel e ao jantar, todos os olhos estavam postos na outra meia-final e ao que parece, já passadas as 23h00 locais, o anfitrião AE Palma Futsal será mesmo o adversário na grande final. Os Leões estão de volta, pelo terceiro ano consecutivo, ao jogo decisivo da UEFA Futsal Champions League e a vontade é muita.

“A força de uma equipa não tem limites”, costuma referir o míster Nuno Dias, e estando perto da sua é fácil de perceber porquê. Nem o mesmíssimo céu é já o limite: já tocaram o de Almaty e o de Zadar, como será o de Palma de Maiorca?

Por Xavier Costa, em Palma de Maiorca.

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Nuno Dias: "Objectivo foi alcançado com qualidade"

Por Sporting CP
05 maio, 2023

Treinador reagiu à passagem para a final europeia

Terminada a meia-final frente ao RSC Anderlecht com uma vitória por 7-1 que deu o apuramento para mais uma final da UEFA Futsal Champions League, Nuno Dias, treinador dos Leões do futsal, analisou o encontro em conferência de imprensa, começando por frisar que, naturalmente, o sentimento é “de alegria”.

"O objectivo foi alcançado com qualidade e uma palavra de parabéns aos jogadores, não só por mais uma vez conseguirmos atingir a final, a sexta em sete anos, que é um número extraordinário, mas também pela forma como o fizemos”, destacou em declarações aos jornalistas presentes na sala de imprensa do Velòdrom lles Balears, mas não sem realçar também o valor do adversário, apesar da goleada imposta.

“Começámos bem o jogo contra uma equipa que tem muita qualidade, que eliminou o FC Barcelona e empatou com o AE Palma Futsal e com o AFC Kairat. Fez uma campanha irrepreensível, mas nós na primeira parte fizemos tudo parecer tão fácil e que o RSC Anderlecht nem era essa equipa toda", considerou.

Ora, abordando os aspectos que desequilibraram bem cedo o marcador, encaminhando a vitória para o lado verde e branco, o técnico salientou a importância da eficácia, das bolas paradas e da intensidade Leoninas.

"Decisivos foram vários aspectos. Primeiro a eficácia, a forma como fomos finalizando os nossos lances quase sempre bem na baliza, e era algo que noutros jogos não estávamos a fazer tão bem. Depois, as bolas paradas, que nós trabalhamos também e é conhecido por todos. O tempo que nós lhes dedicámos permite-nos chegar a estes momentos e a probabilidade de sucesso é grande. No entanto, nada disso resulta se os jogadores não tiverem qualidade a executar: o passe e as finalizações nos tempos certos, os movimentos sincronizados… Foi um factor determinante, tal como a intensidade que colocámos na partida. Quisemos pressionar, não deixar o Roncaglio subir para ir a jogo, que era uma das armas do RSC Anderlecht", realçou, antes de analisar o segundo tempo, quando já estava 6-0 no marcador.

"Depois, penso que gerimos e até podíamos ter dilatado mais [o resultado]. Eles podiam ter marcado, o Diogo teve algumas bolas nos ferros, mas o Erick também. Podíamos ter finalizado com mais êxito, mas também seria demasiado penalizador para aquilo que o RSC Anderlecht fez e é enquanto equipa", disse Nuno Dias, reconhecendo que mesmo assim nunca pensou que a partida estivesse totalmente decidida.

"Achamos sempre que isso ao intervalo não acontece e, por exemplo, com o FC Barcelona ao intervalo estavam a perder 5-2 [acabou 5-5]. Por isso, foi essa a mensagem que passámos ao intervalo. Temos de ter cuidado e desconfiar sempre daquilo que são capazes os adversários", apontou, acrescentando: "Felizmente, conseguimos gerir a vantagem e fazer também alguma gestão em termos físicos de alguns atletas".

Por fim, questionado sobre a ferramente de suporte de vídeo utilizada no jogo pelos árbitros, Nuno Dias considera que é "benéfica para o jogo e para qualquer modalidade desportiva". "É repor uma verdade que no imediato não conseguimos ver. Se pudermos reverter essas situações, é sempre um upgrade naquilo que é o jogo", finalizou.

Foto UEFA/Sean O'Flaherty

Sporting CP volta a estar na final da UEFA Futsal Champions League

Por Sporting CP
05 maio, 2023

Entrada de Leão dizimou RSC Anderlecht nas ‘meias’ e o sonho continua (7-1)

Nesta edição, tudo começou em Makarska, na Croácia (Ronda Principal), passando ainda por Città di Aversa, Itália (Ronda de Elite), e os Leões vão - mais uma vez - até ao fim, agora em Palma de Maiorca (Espanha). A equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal garantiu, esta sexta-feira, um lugar na grande final da UEFA Futsal Champions League, após ter goleado os belgas do RSC Anderlecht por 7-1 na meia-final, disputada no Velòdrom Iles Balears, palco desta final four.

Para chegar à sétima final europeia da sua História, os Leões de Nuno Dias tinham de fazer o que ainda ninguém tinha feito esta época, ou seja, vencer os belgas, que na caminhada europeia tinham eliminado o FC Barcelona - um alerta sempre a ter em conta. A missão não se adivinhava fácil, mas o Sporting CP foi capaz de rapidamente a simplificar com qualidade e muita eficácia logo a abrir: com sete minutos, 5-0 era o resultado e aos 11’ já estava 6-0.

O apoio Sportinguista na ilha espanhola foi significativo – e muito ruidoso - entre os 1.241 espectadores presentes no recinto, que viram a forma demolidora como o futsal verde e branco selou a presença na sua sexta final da UEFA Futsal Champions League nas últimas sete edições – e a terceira consecutiva.

Embora o RSC Anderlecht chegasse como estreante numa final four, o seu plantel está recheado de jogadores experientes e alguns bem conhecidos do futsal nacional, entre os quais o ala Diogo (ex-Sporting CP), Diego Roncaglio e Cristiano Marques, ambos ex-guarda-redes do SL Benfica e o pivô John Lennon (ex-Eléctrico FC). No entanto, a maior experiência Leonina neste palco – é a equipa que mais presenças soma em fases finais (dez) - pesou desde bem cedo.

Ora, para enfrentar um conjunto de Bruxelas que chegava totalmente invicto em 2022/2023 - vencedor já da Supertaça e Taça da Bélgica -, Nuno Dias apostou de início em Guitta, Erick Mendonça, João Matos, Pauleta, Alex Merlim – o ala Miguel Ângelo e o guarda-redes Gonçalo Portugal foram os preteridos da lista final de 14 convocados. Por sua vez, João Matos atingiu, assim, o seu 75.º jogo na prova europeia, continuando a ampliar um recorde já seu de longevidade.

Sob cânticos dos numerosos adeptos do Sporting CP em Palma, os Leões assumiram a iniciativa desde o primeiro segundo e não podiam ter começado de melhor maneira. Numa verdadeira entrada de Leão, Alex Merlim, primeiro, fez a diferença nas bolas paradas, servindo, primeiro, Diego Cavinato para o 1-0 e, logo a seguir, Tomás Paçó - que já tinha avisado - para o 2-0 com apenas três minutos decorridos.

Pelo meio, Gréllo ainda acertou no poste da baliza de Guitta numa das raras vezes em que o RSC Anderlecht conseguiu ter bola, mas nem o Sporting CP nem o ‘mago’ ficariam por aqui. No minuto a seguir, Alex Merlim, em zona frontal, atirou cruzado para o fundo das redes e, pouco depois, - já Zicky tinha rematado ao poste – um auto-golo belga deu o 4-0 a uma equipa de Nuno Dias que entrou ligada à corrente – e assim continuou.

Já o estreante conjunto belga sentiu - e muito - os golpes sucessivos, tardaria em encontrar-se e sofreu como nunca nesta época.

Aos sete minutos, nova bola parada e mais um golo verde e branco, com Hugo Neves – sozinho na área – a corresponder ao passe certeiro de Pany Varela. Domínio absoluto na quadra, eficácia demolidora, uma mão cheia de golos sem resposta ainda bem cedo na partida e nas bancadas já só se passou a ouvir, de forma ininterrupta, os muitos Sportinguistas presentes, que iam fazendo uma grande festa – e não era para menos.

E o início de sonho parecia não ter fim: aos 11’ também Erick deixou a sua marca no jogo e no marcador com um verdadeiro golaço, de primeira e à meia-volta, a passe longo de Merlim – mais uma assistência, a terceira no jogo.

No meio deste vendaval verde e branco, o RSC Anderlecht ainda dispôs, sobretudo, de um cara-a-cara, travado por Guitta, e de um tiro potente ao poste de Diogo, mas nada abalou um Sporting CP tão decidido como implacável. Os Leões continuaram a mandar no jogo e levaram o 6-0 no marcador para a segunda parte.

Depois de várias bolas paradas perigosas de parte a parte, curiosamente foi quando a turma de Alvalade ficou mais perto de dilatar a goleada – desvio de Diogo Santos repelido pela trave – que a formação de Bruxelas marcou e reduziu por Franko Jelovčić.

A seguir, Guitta ainda exibiu os seus reflexos para defender mais um forte pontapé de Diogo - sempre solicitado para finalizar bolas paradas – e Hugo Neves, de fora da área, encarregar-se-ia de rapidamente dissipar qualquer réstia de esperança belga no encontro, assinando o 7-1 – a bola ainda desviou em Erick. Com sete golos apontados nesta edição da UEFA Futsal Champions League, o jovem pivô é, neste momento, de forma destacada, o melhor marcador dos Leões.

Até à última buzina, o RSC Anderlecht ainda tentou encontrar soluções recorrendo ao guarda-redes avançado, mas já de forma inglória e sem sucesso – mérito verde e branco também no momento defensivo.

Já sob novos cânticos de apoio dos incansáveis Sportinguistas, a festa no fim foi sonora e verde e branca, com os jogadores em comunhão com as bancadas. Assim, carimbada a passagem para a decisão, os insaciáveis Leões de Nuno Dias, que são a equipa mais titulada em prova (dois títulos), vão disputar a final neste domingo (20h00), ficando a aguardar adversário: AE Palma Futsal ou SL Benfica.

Sporting CP: Diogo Santos, Tomás Paçó, Zicky Té, Hugo Neves, Erick Mendonça, João Matos [C], Pauleta, Anton Sokolov, Guitta [GR], Bernardo Paçó [GR], Diego Cavinato, Pany Varela, Alex Merlim e Esteban Guerrero.

Foto Ivo Martins

Nuno Dias: "Vai ser um jogo equilibrado entre duas excelentes equipas"

Por Sporting CP
04 maio, 2023

Alex Merlim também lançou a meia-final europeia em conferência de imprensa

Tudo começou em Makarska, na Croácia (Ronda Principal), passando ainda por Città di Aversa, Itália (Ronda de Elite) até chegar, agora, à última e derradeira paragem: Palma de Maiorca, Espanha. É pela sétima vez nas últimas nove edições que a equipa principal de futsal do Sporting Clube de Portugal está, de novo, na fase de todas as decisões da UEFA Futsal Champions League. E este ano o primeiro passo na final four terá o RSC Anderlecht como obstáculo na meia-final, a qual está marcada para esta sexta-feira, às 17h00 de Portugal continental.

Na véspera do encontro, depois de mais um treino dos Leões - o último antes do jogo -, os treinadores dos dois emblemas, Nuno Dias e Luca Cragnaz, e ainda um jogador de cada equipa, Alex Merlim e Gréllo, juntaram-se para fazer a antevisão do duelo numa conferência de imprensa conjunta no palco da final four: o Velòdrom Illes Balears – também conhecido como Palma Arena. E ao lado de todos eles, na sala de imprensa, esteve bem à vista o troféu que estará em disputa.

"As minhas primeiras palavras são para dar os parabéns às quatro equipas, por estarem nesta fase com qualidade e mérito. Parabéns ao RSC Anderlecht e ao AE Palma Futsal pela primeira participação numa final four e também ao SL Benfica, que já repetiu", começou por dizer Nuno Dias aos jornalistas presentes, deixando também uma palavra à organização "pela forma como estão a proporcionar as melhores condições para fazer um bom torneio". Agradecimentos que foram também replicados, de seguida, pelos outros três protagonistas.

Já lançando os dados para a meia-final, o técnico verde e branco destacou que, tanto de um lado como do outro, este duelo terá vários jogadores “que são 'como o vinho do Porto', porque os anos vão passando e cada vez estão melhores”. “Na nossa equipa temos casos desses, como o Cavinato, que com 37 anos é o melhor marcador da Liga e o Merlim tem 36 e é o que tem mais assistências. Olhámos para o RSC Anderlecht, com jogadores como Gréllo, Diogo [ex-Sporting CP], Edu, muito experientes e, daquilo que vi, cada vez jogam melhor. Essa qualidade individual é preocupante para nós, fazem muitas coisas boas e várias parecidas com aquilo que nós fazemos", enalteceu.

Além disso, o conjunto de Bruxelas (ex-Halle-Gooik), embora estreante nesta fase final, chega totalmente invicto em 2022/2023, depois de ter vencido já a Supertaça e a Taça da Bélgica e de ter eliminado o FC Barcelona da prova europeia. Assim, a missão Leonina passa por fazer aquilo que ainda ninguém conseguiu esta época: bater o RSC Anderlecht.

"Ainda não perderam esta época e já jogaram com AFC Kairat, AE Palma Futsal, eliminaram o FC Barcelona na Ronda de Elite. Não é qualquer equipa que faz isto. O facto de terem uma liga menos competitiva é apenas um factor de distracção para nós, porque, por exemplo, o AFC Kairat e o próprio FT Charleroi, belga, já ganharam a prova", alertou Nuno Dias, apontando baterias para aquilo que os Leões terão de fazer em quadra.

"Decisivo e determinante são a nossa atitude competitiva, aquilo que conseguirmos anular do bom jogo do RSC Anderlecht e colocá-los em dificuldade. Vai ser um jogo equilibrado entre duas excelentes equipas", traçou.

Questionado depois sobre a possibilidade de igualar Júlio Velasco como o treinador que mais vezes levantou o troféu continental (três), o treinador do Sporting CP relativizou esse dado, preferindo sublinhar que aquilo que mais o motiva é "conquistar troféus uns atrás dos outros e este é, sem dúvida, o troféu, o mais importante a nível de clubes".

Por fim, Nuno Dias informou que tem todo o plantel à disposição para a meia-final e que Zicky Té, apesar de ter treinado com uma protecção no joelho, "está nos 14 convocados”. “Achamos que tem condições de nos ajudar. A protecção é para isso mesmo, para proteger, mas espero que esteja a cem por cento para contribuir e ajudar para a equipa atingir o objectivo, que é vencer amanhã para marcar presença na final", sentenciou. Na mira está a sexta final nos últimos sete anos.

Para Alex Merlim, a UEFA Futsal Champions League é "um palco onde qualquer jogador e equipa gosta de estar”. “É um momento indescritível, já tive a oportunidade de a conquistar duas vezes e conseguir a terceira seria como se fosse a primeira", confessou.

Depois, o ala garantiu que a equipa “está preparada” e o foco é “exclusivamente no jogo de amanhã”. "Todo o cuidado é pouco perante uma equipa com a qualidade deles. Nós sabemos da nossa força, jogamos para vencer e estamos aqui para isso. A partida foi preparada da melhor maneira possível e ser uma equipa vencedora é o nosso ADN", realçou, acrescentando: "Enquanto tivermos este friozinho na barriga quer dizer que temos objectivos e ambição de vencer".

Entre os emblemas presentes nesta final four, o Sporting CP é a equipa mais titulada (dois) e também a que mais presenças soma em fases finais (dez) – sendo mesmo o recordista máximo na modalidade.

Apesar disso, Merlim não esqueceu as derrotas na Taça da Liga e da Taça de Portugal e o objectivo está em “voltar a ganhar o mais rapidamente possível”. "Isso demonstra que não somos invencíveis e que ganhar consecutivamente é fruto de muito trabalho e dedicação. Agora, temos de voltar a ganhar o mais rapidamente possível e não há melhor maneira do que fazê-lo numa competição como esta", finalizou.

Por sua vez, Luca Cragnaz, treinador do RSC Anderlecht, foi o porta-voz do entusiasmo belga nesta estreia numa final four. "É uma honra para nós e estamos com muita vontade e alegria de poder competir com estas equipas que são as melhores da Europa, senão do Mundo. Vamos dar o nosso melhor, confio muito no meu grupo", atirou, frisando também o “muito respeito” que tem pelo Sporting CP de Nuno Dias.

"Basta ver o histórico e a sua História, com cinco finais [atingidas] e dois títulos. Temos muito respeito e o mais importante é darmos o máximo para fazer um jogo perfeito, porque só assim podemos competir contra eles", considerou.

Por fim, Gréllo, experiente ala do conjunto de Bruxelas, também destacou o sentimento “incrível” por disputar esta fase, além de projectar um jogo “duríssimo” contra os Leões.

"Vamos jogar contra equipas habituadas a este palco e vão ser quatro jogos espectaculares. O Sporting CP tem mostrado ao longo dos anos que é uma das melhores, senão a melhor equipa do mundo. Vai ser um jogo duríssimo, mas nós temos as nossas armas e vamos dar tudo para chegar à final", prometeu.

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